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A mostrar mensagens de outubro, 2022

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "SEM DEIXAR RASTOS"

Em 2016,  Jan P. Matuszynski  foi duplamente distinguido no LEFFEST com os prémios de melhor filme e revelação para melhor realizador por  "The Last Family" , um retrato da família do pintor polaco  Zdzislaw Beksinski  (1929-2005). Apesar da premiação dupla, no referido festival e em muitos outros, o filme nunca chegou a ser distribuído nas salas portuguesas e  Matuszynski  desapareceu. Isto até ao último ano, quando o Festival de Veneza selecionou a sua segunda longa-metragem para integrar a competição principal, chama-se  "Sem Deixar Rastos"  ( em rigor, o título deveria ser "sem deixar marcas": o termo usado pelo polícia que ordenou aos colegas a agressão na barriga, em vez das costas, para evitar hematomas visíveis ), um thriller político que convoca um dos momentos mais vergonhosos da história do sistema judicial polaco. Varsóvia, 1983. Um caso de homicídio com motivações políticas abala a nação. Grzegorz Przemyk ( Mateusz Górski  que, num breve conju

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO UCI CINEMAS) (EXCLUSIVO CINEMA FERNANDO LOPES)

CRÍTICA - "CORTA!"

Numa fábrica devoluta roda-se um filme de z ombies de baixo orçamento. Os técnicos estão exaustos, os atores desmotivados. Apenas o reali z ador parece possuir a energia necessária para dar vida a uma história mil ve z es vista. Durante a preparação de uma cena particularmente difícil, a filmagem é perturbada por um ataque de verdadeiros mortos-vivos. Em êxtase por ter a oportunidade de capturar imagens verídicas destes carnívoros ressuscitados, o reali z ador obriga-os a continuar a filmar os acontecimentos, aconteça o que acontecer... O reali z ador Michel Hazanavicius sempre gostou de evocar outros cineastas, incorporando elementos estéticos e narrativos de universos cinematográficos muito específicos nos seus filmes, a título de exemplo, citemos apenas a maneira como convocava o imaginário do mudo em "O Artista", porventura, a seu maior triunfo crítico e comercial. Em "Corta!" assistimos a algo similar, desta vez, homenageia-se (e satiri z a-se) o terror splatte

CRÍTICA - "TRIÂNGULO DA TRISTEZA"

Segunda Palma de Ouro consecutiva para o noruêgues Ruben Östlund, "Triângulo da Triste z a" proporciona-nos uma oportunidade de reencontrar o sentido de humor cáustico que nos habituamos a associar ao autor de títulos como "Força Maior" ou "O Quadrado". Dividido em três capítulos (um dos muitos motivos por detrás do título, que se refere ao ponto do nosso rosto entre as sobrancelhas), situados em locais distintos, com ambientes (e códigos "sociais muito específicos), "Triângulo" começa por acompanhar um dia muito conturbado na vida de Charlie (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean, entretanto, falecida), um casal de modelos, com diferentes graus de sucesso (ele está em decadência, ela em ascensão), que se veem envolvidos numa discussão violentíssima em torno do que parece ser uma questão simples: quem paga a conta do jantar. À partida, Östlund consegue um feito admirável, ainda o filme não nos introduziu à maioria das personagens que vamos

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "OS INOCENTES"

O tema das crianças e adolescentes que possuem ou adquirem poderes paranormais tem bastante história quer na literatura fantástica, de terror e de ficção científica, quer no respetivo cinema. Basta recordar  "A Aldeia dos Malditos" , de  Wolf Rilla ,  "O Poder do Fogo" , de  Mark L. Lester ,  "Carrie" , de  Brian De Palma  ou  "Chronicle" , de  Josh Trank . A eles junta-se agora  "Os Inocentes" , escrito e realizado pelo norueguês  Eskil Vogt  (o coargumentista de  Joachim Trier , tendo colaborado no processo de escrita de  "Reprise" ,  "Oslo, 31 de Agosto" ,  "Ensurdecedor" ,  "Thelma"  e  "A Pior Pessoa do Mundo" ), que faz uma abordagem muito nórdica ao tema. "Os Inocentes"  possui o seu quê dos filmes supracitados (principalmente,  "Chronicle" ), no entanto, também partilha muitas semelhanças com um outro título de culto, nomeadamente, o  "Scanners" , de

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "BOA SORTE, LEO GRANDE"

Nancy (Emma Thompson), de 55 anos, é uma professora aposentada e viúva, para quem o sexo era um sacrifício e não uma fonte de pra z er, chegando mesmo a sublinhar que o marido nunca lhe "deu" um orgasmo (a avaliar pelo pouco que nos vai sendo revelado, parece seguro assumir que o falecido não encarava o pra z er da esposa como uma preocupação). No entanto, o envelhecimento levou-a a refletir acerca das suas experiências passadas (ou melhor, sobre a falta delas) e a contratar Leo Grande (Daryl McCormack), um acompanhante de luxo, que tem como missão, parafraseando o título de um dos primeiros filmes de Woody Allen (que, entre nós, se chamou "O ABC do Amor"), ensinar-lhe tudo aquilo que sempre quis saber sobre sexo, mas, nunca teve coragem de perguntar... Dito assim, "Boa Sorte, Leo Grande" pode parecer uma comédia de usos e costumes à francesa, transposta para o contexto britânico, contudo, o que surpreende é a sua vibração dramática. Se há humor? Há sim, e