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A mostrar mensagens de março, 2018
Crítica: "Ready Player One: Jogador 1" Spielberg inventou o blockbuster contemporâneo, quando soltou um sanguinário tubarão numa praia da Nova Inglaterra e, nas mentes de milhares de espetadores, que continuam a descobrir o seminal “Tubarão”. Quarenta e dois anos e, imensos filmes meramente banais depois, o autor que mais influenciou a Hollywood atual, volta aos seus tempos áureos, num monumental acontecimento de cinema, capaz de repensar o lugar da cultura popular na nossa sociedade, num misto de amorosa homenagem e ácida sátira. Tudo acontece em 2045, numa América desenraizada, empobrecida e sobrepopulada, onde um jovem sonhador ambiciona sair da difícil situação económica em que se encontra, através de um intrincado desafio, criado por uma mente brilhante, responsável pela conceção de um universo virtual que, se converteu na droga corrente do “povo”. Um dos últimos verdadeiros herdeiros do mais requintado classicismo americano, Spielberg retoma as nostálgi
Destaque da Semana: "Ready Player One: Jogador 1" Realização: Steven Spielberg Argumento: Zak Penn , Ernest Cline Elenco: Tye Sheridan , Olivia Cooke , Ben Mendelsohn
Crítica: "Wonderstruck: O Museu das Maravilhas" Todd Haynes é um cineasta de outros tempos. Primeiro, porque sempre procurou conceber um cinema classicista, que homenageia e desconstrói os códigos criados por nomes emblemáticos como Douglas Sirk. Segundo, pois rigorosamente todas as suas longas-metragens à data, constituem metódicas reconstituições de épocas passadas. Ora, nesse sentido, “Wonderstruck: O Museu das Maravilhas”, baseado num romance homónimo de Brian Selznick, surgirá simultaneamente como uma fascinante continuação da sua anterior filmografia e, enquanto um estranhíssimo OVNI no interior da mesma. Afinal, Haynes que tanto gosta de questionar a moral e os preconceitos escondidos dos períodos temporais que filma, resolveu encenar algo completamente diferente: uma bonita fábula à moda antiga, sobre a odisseia de duas crianças surdas, separadas por meio século de existência. De forma a não revelar os muitos enigmas da própria história, digamos apena
Crítica: "Gringo" Nash Edgerton é maioritariamente conhecido por ser irmão do também ator, argumentista e cineasta Joel Edgerton. No entanto, o percurso de ambos surgirá inevitavelmente ligado e, a verdade é que foi o primeiro quem assinou o filme que lançou a carreira destes manos na indústria americana. Chamava-se “Um Caso Arriscado” e, integrou uma pequena vaga de sufocantes thrillers australianos, que durante um breve período na década passada, foi cativando e surpreendo os cinéfilos de todo o mundo. Assim sendo, quem conhecer essas obras poderá estranhar ver o australiano aos comandos de uma comédia de ação, aparentemente, inofensiva, porém debaixo de um bonito véu de ligeireza, encontramos uma curiosíssima comédia de enganos. Essencialmente, uma sátira negríssima ao capitalismo desgovernado, que coloca David Oyelowo na pele de um gestor humilde, que acaba preso no centro de uma sanguinolenta batalha entre criminosos pouco razoáveis e empresários
Destaque da Semana: "Wonderstruck: O Museu das Maravilhas" Realização: Todd Haynes Argumento: Brian Selznick Elenco: Oakes Fegley , Julianne Moore , Michelle Williams
Crítica: "Com Paixão" James Marsh encenou um assombroso conto moral sobre os fantasmas do IRA, chamava-se “Dança de Sombras” e, apresentava-nos ao singular microcosmos de um autor britânico interessado em revisitar momentos emblemáticos da história recente. No entanto, quando regressou, trouxe consigo um sentimento de desapontamento inevitável, com o antiguinho e esquecível “A Teoria de Tudo”, olhar desinspirado sobre as vivências do recém-falecido Stephen Hawking, que se resumia a um simpático “veículo” para o trabalho de uma dupla de talentosos protagonistas. Seja como for, andávamos aprisionados no universo insidioso das fórmulas. Do cinema reduzido um mero caderno de encargos… Em contrapartida, o novo “Com_Paixão” surge como um refrescante retorno aquelas fitas que o queremos ver fazer. Um belíssimo melodrama à moda antiga, centrado numa atípica e comovente odisseia. Nada mais, nada menos, que a do velejador Donald Crowhurst (um Colin Firth invulgar
Destaque da Semana: "Com Paixão" Realização: James Marsh Argumento: Scott Z. Burns Elenco: Colin Firth , Rachel Weisz , David Thewlis
Crítica: "Lady Bird" Presença instrumental no cinema de Noah Baumbach (protagonizou e coescreveu os seus dois melhores filmes) e, uma das principais impulsionadoras do movimento mumblecore, Greta Gerwig sempre procurou desenhar um percurso pessoal dentro de obras alheias. Ou seja, encenou os seus pequenos contos no interior das fitas dos outros. Com “Lady Bird”, a sua segunda longa-metragem enquanto cineasta (antes fez “Nights & Weekends”, numa parceria com Joe Swanberg), surgirá como uma sublimação dos temas que tem perseguido ao longo dos anos. O crescimento, a inocência perdida, a necessidade de aceitar medonhas responsabilidades, que previamente eram distantes, tudo cabe nos 94 minutos que captam de maneira resumida, mas detalhada, um ano na vida de uma adolescente de Sacramento, na Califórnia. O seu nome é Christine McPherson (Saoirse Ronan), no entanto, prefere que a tratem por Lady Bird e ambiciona abandonar as fronteiras de Sacramento, sem
Destaque da Semana: "Lady Bird" Realização: Greta Gerwig Argumento: Greta Gerwig Elenco: Saiorse Ronan , Laurie Metcalf , Tracy Letts
Crítica: "O Segredo de Marrowbone" Argumentista de “O Orfanato”, de Juan Antonio Bayona, Sérgio G. Sánchez não possuirá ainda a popularidade de alguns contemporâneos seus, no entanto, esta sua primeira longa-metragem poderá mesmo mudar isso. Essencialmente, um conto classicamente romântico sobre um quarteto de irmãos que juraram nunca separar-se. O resultado anda algures entre as histórias dos Irmãos Grimm e alguns títulos do mexicano Guillermo del Toro. Tudo acontece numa recôndita vila americana, em 1929. Jack e os seus irmãos mais novos Jane, Billy e Sam, habitam na antiquíssima mansão da família Marrowbone, uma herdade em ruínas abandonada há muitos anos. Inicialmente, aparentam ter finalmente encontrado alguma paz interior, no entanto, depois do falecimento da mãe, o medo de serem enviados para um orfanato, conduz os quatro a enterrar o corpo no jardim da casa e, a manter a sua morte em segredo até Jack fazer 21 anos. Ora, adiantar
Crítica: "A Agente Vermelha" Outrora um modelo mais ou menos recorrente no panorama do cinema de entretenimento, apontado a um público pensante, os filmes de espionagem ocuparam, durante vários anos, um papel de enorme relevo na indústria americana. No entanto, a entrada no século XXI, foi impiedosa e, por conseguinte, essas fitas necessitaram de seguir um de dois caminhos: permanecer fiéis aos seus valores narrativos e estéticos, no processo, aceitando estratégias de distribuição mais limitadas (vejamos, por exemplo, “A Toupeira”) ou aproximar-se do território da ação (a franchise “Missão Impossível” será a mais reconhecível representante disso mesmo). Nesse sentido, fará sentido aplaudir um acontecimento tão arriscado e, até antiquado (no melhor sentido possível do termo) como “A Agente Vermelha”, de Francis Lawrence. Um thriller adulto, reminiscente de algumas obras de Brian de Palma, que coloca Jennifer Lawrence como uma talentosa bailarina russa, q
Destaque da Semana: "A Agente Vermelha" Realização: Francis Lawrence Argumento: Justin Haythe Elenco: Jennifer Lawrence , Joel Edgerton , Matthias Schoenaerts