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A mostrar mensagens de abril, 2022

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "O HOMEM DO NORTE"

Quem são os mais importantes autores do cinema contemporâneo? Que nomes mencionaremos aos nossos netinhos, com a admiração com que os nossos antepassados nos falam de Andrei Tarkovsky, Pier Paolo Pasolini ou Robert Bresson? Se nos quisermos cingir aos veteranos, podíamos enumerar as personalidades da praxe (Lars Von Trier, Quentin Tarantino, Paul Thomas Anderson, etc.), no entanto, apetece-nos dedicar um momento aos jovens que andam por aí a arriscar tudo, lutando arduamente para financiar experiências limite que nos convocam para que nos relacionamentos visceralmente com aquilo que é exposto no ecrã. Para que sintamos como as personagens, em vez de nos limitarmos a ouvi-las falar. Robert Eggers é um representante desse movimento não-oficial, nem coordenado, de artesãos que nos oferecem visões do mundo que rompem com os cânones do que é politicamente correto ou aceitável numa "cultura" sanitizada até ao extremo, propondo-nos um cinema que nos atira para o meio de um caos aluc

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA IDEAL)

CRÍTICA - "SALGUEIRO MAIA - O IMPLICADO"

Durante muito tempo, circulou uma ideia generalizada de que o cinema português não sabia como lidar com a história do país (ou, simplesmente não tinha interesse em fazê-lo). É bastante discutível que tal afirmação possuísse qualquer tipo de veracidade, mas, seja como for, os últimos anos parecem ter conseguido calar essas vozes. Porquê? Pois bem, devido ao surgimento de títulos como "Cartas da Guerra" , "Soldado Milhões" , "Ruth" ,  "Snu" ou "A Herdade" . Quer gostemos mais ou menos dos filmes supracitados, todos eles representam claras tentativas de estabelecer um diálogo entre o passado e o presente, expondo aos portugueses de hoje o que era o Portugal de ontem, tendo como contexto momentos ou personagens emblemáticos da nossa história coletiva, retratados com recurso às mais diversas abordagens. "Salgueiro Maia - O Implicado" , de Sérgio Graciano, insere-se firme e coerentemente nessa linha artística e intelectual, propond

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA TRINDADE) (EXCLUSIVO CINEMA IDEAL)

CRÍTICA - "TUDO EM TODO O LADO AO MESMO TEMPO"

Em 2016, Daniel Kwan e Daniel Scheinert apareceram no prestigiado Festival de Sundance com "Swiss Army Man" , uma comédia melancólica que combinava existencialismo e flatulência, onde éramos convidados a acompanhar a odisseia de um homem com tendências suicidas que, no pior momento da sua vida, estabelecia uma inusitada relação de amizade com um cadáver com gases particularmente potentes e uma ereção que podia ser utilizada como uma bússola. Em Portugal, como em muitos outros mercados, "Swiss Army Man" foi relegado aos videoclubes das nossas operadoras, sem ter direito a passar por uma sala de cinema, mas, nem isso o impediu de encontrar um dedicado culto de fãs, que reconhecem nos Daniels (o nome que a dupla utiliza para assinar as suas obras) autores capazes de criar objetos de cinema absolutamente únicos, onde tudo é possível. Resumindo de forma necessariamente esquemática, quem anda por aí a dizer que "original só o pecado", certamente nunca viu um

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  OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO MEDEIA FILMES)

CRÍTICA - "O DOMINGO DAS MÃES"

O cinema, americano ou não, nunca ocultou o seu interesse pela Segunda Guerra Mundial. No entanto, é raríssimo encontrar um filme que se lembre de mencionar os acontecimentos da Primeira Guerra Mundial. Em anos recentes, vêm à memória apenas dois exemplos, "Testemunho de Juventude" e "Mulher Maravilha" , e se, o primeiro é mesmo um olhar acutilante sobre o sucedido, convenhamos que, literalmente qualquer outro conflito armado poderia ter servido de pano de fundo ao segundo, sem que fosse necessário fazer nenhum tipo de alteração ao argumento. Ora, "O Domingo das Mães" junta-se a "Testemunho" na lista curtinha de títulos francamente fascinantes sobre o tema, lidando com as muitas ramificações do confronto armado, sem nunca necessitar de nos mostrar imagens das trincheiras. Inglaterra, 30 de Março de 1924. Jane Fairchild ( Odessa Young ) trabalha como empregada dos Niven ( Colin Firth e Olivia Colman ), um casal da aristocracia britânica. Há já