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A mostrar mensagens de abril, 2021
"MANUAL DA BOA ESPOSA", DE MARTIN PROVOST Toda a existência de Martin Provost é  moldada pelo seu fascínio pela condição feminina. Desde os discussões violentas que o conduziram a abandonar a casa dos pais e, mais especificamente, a figura dominadora do progenitor, até aos projetos que tem escolhido enquanto cineasta. De "Le Ventre de Juliette" (2003) ao novo "Manual da Boa Esposa" (2020), passando por "Séraphine" (2008) e "Violette" (2013), todas as suas longas-metragens têm enquanto ponto comum uma dedicação extrema ao retrato da maneira como os usos e costumes têm marcado a forma como a sociedade francesa vê as mulheres e, consequentemente, as condiciona a representar determinados papéis. Em "MANUAL DA BOA ESPOSA", encontramo-nos em 1967, na Alsácia, onde vive e trabalha Paulette van Der Beck (Juliette Binoche), a reitora da conceituada Escola de Gestão Doméstica de Bitche. Lá foram "formadas" muitas jovens para s
"UMA MIÚDA COM POTENCIAL", DE EMERALD FENNELL O movimento #MeToo veio chamar a atenção para temáticas que sempre conhecemos, mas nunca tivemos a coragem de discutir. Afinal, o assédio, ou pior, a violação, são temas extraordinariamente pesados, que causam desconforto em quase todos nós. No entanto, o cinema nunca se evidenciou amedrontado por eles. Pelo menos, desde 1972, ano de estreia do infame "A Última Casa à Esquerda" , que deparamos frequentemente com histórias que se interessam em confrontar esses crimes sem pruridos. Convenhamos, que as abordagens nem sempre são as mais delicadas (o que não aí falta são realizadores que procuram a fama por via do choque), contudo, qualquer espetador minimamente atento já terá encontrado títulos de imenso valor nessa maré. Nesse sentido, "Uma Miúda Com Potencial" não é exatamente uma novidade pela sua temática (nem mesmo num mundo pós-#MeToo), mas é bem capaz de ser o primeiro filme que ousa remover qualquer tipo de
Destaque da Semana: Outras Estreias:
  "Nomadland: Sobreviver na América", de Chloé Zhao “Indomável” (2010), “Django Libertado” (2012), “O Mascarilha” (2013), “Mil e Uma Maneiras de Bater as Botas” (2014), “Os Oito Odiados” (2015), “As Armas de Jane” (2015), “Os Sete Magníficos” (2016), “Terra Violenta” (2016), “Os Irmãos Sisters” (2018)… Hollywood continua a tentar reanimar os chamados westerns. Os resultados têm oscilado entre o revisionismo e o revivalismo. Entre quem pretende desconstruir intelectualmente a simplicidade reconfortante das aventuras dos bons contra os maus, assumindo o património de violência, colonialismo e xenofobia que os cowboys de antanho nos deixaram, e quem apenas ambiciona reconstituí-las, macaqueando os sucessos dos anos 40-60 sem providenciar nenhum tipo de leitura crítica sobre os seus conteúdos. Não pretendendo demonizar nenhum dos campos, parece-me oportuno mencionar que esse ímpeto simultaneamente cinéfilo e mercantil coincidiu com uma certa urbanização do cinema americano, cujo
  "Mortal Kombat", de Simon McQuoid Há um preconceito muito estranho no que diz respeito ao cinema de ação. Afinal, até o mais snobe (utilizamos o termo com carinho) dos cinéfilos se divertem com um qualquer “Velocidade Furiosa” enquanto ninguém está a olhar, no entanto, quando se fala no assunto ninguém tem problemas em despachar o chamado “cinema de pancadaria”. É um erro, quanto mais não seja, porque encontramos mais inventividade em qualquer “John Wick”, citando apenas um exemplo universalmente reconhecível, do que em muitos filmes suposta e/ou pretensamente sérios. "Mortal Kombat", a primeira longa-metragem de Simon McQuoid, é uma outra excelente amostra da vitalidade desse cinema musculado e estilizado. Aliás, se dúvidas houvesse acerca das ambições deste empreendimento, os primeiros 10 minutos seriam suficientes para clarificar tudo. Ora, vejamos, tudo começa quando Bi-Han (Joe Taslim), um assassino chinês com superpoderes que lhe permitem controlar o gelo, a
Destaque da Semana: Outras Estreias: (Exclusivo Espaço Nimas)