"MANUAL DA BOA ESPOSA", DE MARTIN PROVOST Toda a existência de Martin Provost é moldada pelo seu fascínio pela condição feminina. Desde os discussões violentas que o conduziram a abandonar a casa dos pais e, mais especificamente, a figura dominadora do progenitor, até aos projetos que tem escolhido enquanto cineasta. De "Le Ventre de Juliette" (2003) ao novo "Manual da Boa Esposa" (2020), passando por "Séraphine" (2008) e "Violette" (2013), todas as suas longas-metragens têm enquanto ponto comum uma dedicação extrema ao retrato da maneira como os usos e costumes têm marcado a forma como a sociedade francesa vê as mulheres e, consequentemente, as condiciona a representar determinados papéis. Em "MANUAL DA BOA ESPOSA", encontramo-nos em 1967, na Alsácia, onde vive e trabalha Paulette van Der Beck (Juliette Binoche), a reitora da conceituada Escola de Gestão Doméstica de Bitche. Lá foram "formadas" muitas jovens para s