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A mostrar mensagens de maio, 2022

CRÍTICA - "TOP GUN: MAVERICK"

"Quem éramos? Quem éramos quando éramos quem nós éramos?" O lamento pertence à personagem de Kylie Minogue num dos momentos mais impactantes de "Holy Motors" , de Leos Carax. No entanto, podíamos aplicá-lo à carreira de Tom Cruise. Durante muitos anos, a sua carreira seguia uma política estrita, que o levava a evitar sequelas e filmes muito violentos. As razões que o motivaram a delinear essas restrições, apenas ele conhecerá (segundo rumores, Cruise pensava que isso o levaria a conquistar um Óscar, mas, nunca aconteceu). Nesse período, recusou-se continuamente a regressar aos seus maiores sucessos de bilheteira, apesar da vontade dos estúdios de lhes dar continuação, e trabalhou com alguns dos maiores realizadores da contemporaneidade, como Barry Levinson, Oliver Stone, Stanley Kubrick, Paul Thomas Anderson ou Michael Mann. Contudo, o advento das franquias de super-heróis e derivados mudou a indústria e Cruise soube que necessitava de mudar se queria manter o seu e

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA CITY) ESTREIA A 01/06/2022:

CRÍTICA - "SENTIMENTAL"

A comédia é frequentemente incompreendida. Provavelmente, porque possuímos um preconceito inconsciente qualquer que nos leva a pensar que aquilo que nos faz rir, não pode nunca ser tão intelectualmente enriquecedor como o que nos faz chorar. É um argumento falacioso, redutor e objetivamente falso, contudo, não adianta fingirmos que não existem muitos que ostentam tal ideologia, afinal, quantas comédias encontramos nas principais secções de festivais como Cannes ou Veneza? E entre os nomeados para Melhor Filme nos Óscares ou Césares? "Sentimental" , a oitava longa-metragem de Cesc Gay, autor de  "Krámpack"  e  "Truman" , é um ótimo exemplo de um filme que nunca deixa que a sua aparente ligeireza atenue a seriedade dos temas que aborda. Reminiscente do cinema de Woody Allen ou Neil LaBute, "Sentimental" providencia-nos um olhar francamente contundente sobre um casamento decadente, que lentamente vai assumindo contornos universais, elaborando um dis

CRÍTICA - "MEU FILHO"

Depois de interpretar treze personagens distintas em  "Fragmentado" , de M. Night Shyamalan, James McAvoy continua a procurar desafios atípicos. Em  "Meu Filho" , o francês Christian Carion, que reconheceremos de  "Feliz Natal"  e  "O Caso Farewell" , propôs-lhe uma experiência curiosa. Trata-se de um thriller policial, antiquado nos seus moldes narrativos e estéticos, mas ousado na sua execução, uma vez que, McAvoy, o protagonista da trama, nunca leu o argumento, tendo passado todo o processo de rodagem a improvar as suas cenas, de acordo com as indicações gerais que lhe iam sendo providenciadas. Ou seja, e aqui parafraseamos o trailer do filme, em  "Meu Filho" , McAvoy "descobre cada  twist , ao mesmo tempo que o espetador". Edmond (McAvoy) e Joan (Claire Foy) separaram-se há muitos anos. Ele encontra-se constantemente em viagens de trabalho e, por conseguinte, mantém uma relação relativamente distante de Ethan (Max Wilson),

CRÍTICA - "VORTEX"

Em 2002,  "Irreversível"  colocou o nome de Gaspar Noé nas bocas do mundo, providenciando-lhe um estatuto de "provocador" que ele certamente apreciou (e continuará a apreciar). Passados 20 anos, Noé nunca mudou substancialmente (o que, dependendo da perspetiva de cada um, tanto pode ser muito bom ou muito mau). Da sua persona incendiária a uma filmografia intransigentemente idiossincrática, que não faz qualquer concessão ao espetador mainstream, pouco habituado ao seu modelo de experimentalismo  avant garde . Noé encontrar-se à, portanto, numa situação similar a de outros "provocadores" contemporâneos como Nicolas Winding Refn, mais do que um mero "autor" (ainda por cima, uma expressão que ninguém parece compreender atualmente), ele tornou-se numa "marca", representante de um certo ideal estético e narrativo que ou se ama ou odeia. Por todos os motivos e mais alguns, nada disso é particularmente negativo, até porque num momento em que a

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CRÍTICA - "A VIDA DEPOIS DE YANG"

Quem é Kogonada? Ninguém lhe conhece o verdadeiro nome, embora saibamos que o pseudónimo deriva de Kogo Noda, argumentista de "Também Fomos Felizes" , "Primavera Tardia" ou "O Fim do Outono" . Que idade tem? Outro mistério. Aliás, ainda que existam suspeitas (muito contestadas) de que nasceu na Coreia do Sul, não há certezas. Conhecemo-lo apenas como o Kogonada que nasceu para o cinema e dele vive desde que os seus ensaios se tornaram virais no Vimeo, levando a Criterion, uma editora de DVDs e Blu-Rays guiada por valores eminentemente cinéfilos, a encomendar-lhe outras análises, para inclusão, como "extras", nos seus lançamentos. Em 2017, afastou-se da esfera online e estreou-se enquanto realizador com "Columbus" , um belíssimo e muito auspicioso filme, que passou completamente ao lado aquando da sua estreia no Festival de Sundance de 2017, só para depois chegar às salas de cinema com aura de acontecimento, devido ao interesse e admira

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CRÍTICA - "DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA"

Os filmes da Marvel tornaram-se numa força dominante no mercado da exibição cinematográfica. No entanto, a indústria norte-americana não parece reconhecer-lhes grandes méritos. Seja porque gente como Martin Scorsese ou Jane Campion não se têm coibido de expressar o que sentem acerca deles (e da sua popularidade) ou porque a Academia de Hollywood nunca parece reconhecê-los como sendo particularmente brilhantes em nenhum campo, nem mesmo nos ditos "técnicos". Claramente, o público não concorda com esse desdém e os mais de 22 mil milhões de dólares em receita de bilheteira mundial são prova disso, mas esse consolo não cura todas as "feridas" do produtor Kevin Feige (o arquiteto do chamado Universo Cinemático Marvel) e de muitos dos seus empregados, que rotineiramente têm expressado a sua frustração. Mas, porque é que estes projetos geram tanta animosidade em Hollywood? Afinal, ainda que a DC Comics tenha uma experiência bem mais acidentada nas bilheteiras (e até com a

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