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A mostrar mensagens de junho, 2022

CRÍTICA - "ELVIS"

Uma odisseia caleidoscópica pela história norte-americana, encenada com uma vibração épica, a meio-caminho entre a ópera pop e a tragédia clássica, assim podemos descrever "Elvis", de Baz Luhrmann, simultaneamente, uma biografia narrativamente convencional e uma tese sobre o lugar do seu protagonista na cultura e, consequentemente, na sociedade estadunidense, "ontem como hoje". 1997, Los Angeles.  Andreas Cornelius van Kuijk deambula pelos casinos da cidade, enquanto espera que a morte o venha buscar (tudo indica que não falta muito...). Andreas será mais reconhecível pelo seu pseudónimo, Coronel Tom Parker (parafraseando uma das melhores frases do filme, "vocês nem é um Coronel, nem um Tom, muito menos um Parker"). Um vigarista holandês, que construiu uma existência relativamente pacata em feiras ambulantes nos EUA, onde utilizava os seus talentos para negociatas (e falta de princípios éticos) para fazer algum dinheiro, sempre que tal fosse possível. O te

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CRÍTICA - "UM OUTRO MUNDO"

Quem conhecer o cinema de Stéphane Brizé, certamente, reconhecerá nele uma vontade muito singular de interrogar os próprios alicerces do nosso sistema económico e, consequentemente, político. No entanto, sem militâncias, o que lhe interessa é entender o funcionamento da realidade, dos seus mecanismos, sempre pelo olhar de quem os experiencia. Ele é, em última instância, um verdadeiro humanista, alguém que entende que não adianta discutir um "problema" (à falta de um termo mais adequado) específico, seja ele qual for, se essa discussão não se centrar no impacto que o mesmo possa ter sobre a vida das pessoas comuns. A sua mais recente longa-metragem, "Um Outro Mundo" , dá seguimento ao trabalho iniciado em "A Lei do Mercado" e "Em Guerra" , recuperando o mesmo protagonista, Vincent Lindon, e as mesmas preocupações políticas, económicas, sociais e, acima de tudo, éticas. Desta vez, Lindon dá corpo Philippe Lemesle, um executivo de sucesso, que sacr

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CRÍTICA - "LARANJAS SANGRENTAS"

Em "Laranjas Sangrentas" , há um casal de reformados à beira de um ataque de nervos, que tentam conquistar o primeiro prémio de um concurso de dança para saldarem as suas dividas com o banco, sem que os filhos saibam do assunto, um político corrupto, que necessita do auxílio dos membros da sua entourage (e não só) para impedir que um jornalista exponha o seu historial de falcatruas, e uma rapariga adolescente que sonha em perder a virgindade, mas, teme que essa sua primeira experiência sexual não seja agradável. O que têm estas pessoas em comum? Pouco ou nada, mas o realizador e argumentista Jean-Christophe Meurisse vai interligá-las por via dos mecanismos da comédia e, eventualmente, do terror. Como assim? Pois bem, de modo a preservar as surpresas que aguardam o seu futuro espetador, digamos apenas que se ouvíssemos alguém a descrever "Laranjas Sangrentas" como um cruzamento macabro de "Magnólia" , "Fim-de-semana Alucinante" e "Family Gu

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CRÍTICA - "SEMPRE PERTO DE TI"

Recentemente, comemorámos o centenário de Pier Paolo Pasolini, com o relançamento de alguns dos seus títulos mais emblemáticos. Agora, entramos (com o pé direito) na temporada de verão, com a terceira longa-metragem de um tal Umberto Pasolini (as duas anteriores permanecem inéditas no nosso mercado), nada mais, nada menos, que um primo em segundo grau de Pier Paolo (e, vejam só, sobrinho de Luchino Visconti). Chama-se  "Sempre Perto de Ti" , baseia-se em acontecimentos verídicos, e acompanha John (James Norton), um pai solteiro que tem dedicado toda a sua energia a tomar conta de Michael (Daniel Lamont), o filho de apenas cinco anos. Apesar do desaparecimento da mãe, que trocou o Reino Unido pela sua Rússia natal, ele é uma criança feliz. No entanto, o quotidiano do duo é interrompido, quando é detetada  uma doença grave a John, que lhe dá poucos meses de vida, ele fica desesperado. Determinado em deixar Michael entregue a alguém que lhe dê o amor de que precisa, John vai pas

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