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A mostrar mensagens de março, 2023

CRÍTICA - "CALL JANE - TU NÃO ESTÁS SÓ"

Phyllis Nagy é uma dramaturga e encenadora norte-americana que se afirmou no mundo do cinema quando assinou o argumento de "Carol", de Todd Haynes, a partir do romance "The Price of Salt", de Patricia Highsmith. Agora, chega-nos a sua primeira longa-metragem, "Call Jane" (o distribuidor nacional acrescentou-lhe o subtítulo "Tu Não Estás Só"), que integrou a secção competitiva do Festival de Berlim de 2022. A "Jane" titular nunca existiu. Entre 1969 e 1973, The Jane Collective (ou Abortion Counseling Service of Women's Liberation) era o nome de um grupo feminista, sediado em Chicago, de aconselhamento para mulheres que queriam interromper a gravidez. Ligadas ao Movimento de Libertação das Mulheres, as Janes (nome de código adotado por todas as mulheres que integravam aquele coletivo) mantiveram-se em atividade até, em 1973, o Supremo Tribunal dos EUA, reconhecer que a Constituição do país garante a cada mulher o direito a escolher ab

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Outras Estreias: A 24/03/2023:

CRÍTICA - "FILHOS DE RAMSÉS"

Vimo-lo em "O Profeta", de Jacques Audiard, "O Mundo É Teu", de Romain Gavras, "Marselha Debaixo de Fogo", de Cédric Jimenez, "Recreio", de Laura Wandel... Então, porque é que ainda não reconhecemos o nome de Karim Leklou? Quem sabe? Talvez, em 2024, não tenhamos de continuar a perguntar, uma vez que, tudo indica que o vamos poder encontrar uma e outra vez ao longo dos próximos meses (atualmente, em França, Leklou tem três longas-metragens em cartaz). O primeiro "embate" dá-se com "Filhos de Ramsés", de Clément Cogitore, autor do muito promissor "Ni Le Ciel Ni La Terre" (exibido no LEFFEST - Lisbon & Sintra Film Festival de 2020). O mínimo que se pode dizer é que nos encontramos mesmo perante uma experiência atordoante, reminiscente do cinema de Josh e Benny Safdie, Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti e nos cineastas do novo realismo italiano que filmaram (obsessivamente até) a Roma em mudança. O cenário é La G

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Outras Estreias: A 17/03/2023: (Exclusivo Disney+) (Exclusivo Netflix)

CRÍTICA - "A VOZ DAS MULHERES"

Antes de se "reformar" prematuramente,  Sarah Polley  atuou para autores como  Terry Gilliam  ( "A Fantástica Aventura do Barão" ),  Atom Egoyan  ( "Exótica" ,  "O Futuro Radioso" ),  David Cronenberg  ( "eXistenZ" ) ou  Kathryn Bigelow  ( "Tempestade no Mar" ). Era sempre bom reencontrá-la, no entanto, o seu chamamento era outro, a realização. Entre 2006 e 2012, assinou três títulos,  "Longe Dela" ,  "Notas de Amor"  e  "Histórias Que Conhecemos" , automaticamente, a sensibilidade com que mergulhava na aparente banalidade do quotidiano, consequentemente, revelando a sua inusitada complexidade, garantiu-lhe um atento culto de fãs. "A Voz das Mulheres" , baseado no romance homónimo de  Miriam Toews , é a sua primeira longa-metragem em mais de 10 anos. Nele, acompanhamos, principalmente, Ona ( Rooney Mara ), Salome ( Claire Foy ), Mariche ( Jessie Buckley ), Agata ( Judith Ivey ), Greta (

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Outras Estreias: A 10/03/2023: (Exclusivo Netflix)

CRÍTICA - "A BALEIA"

Em 2017,  "Mãe!"  consubstanciou o insólito estatuto de  Darren Aronofsky  no panorama cinematográfico norte-americano. Um autor que se manteve consistente e coerente, trabalhando no interior dos maiores estúdios de Hollywood, sem nunca abdicar da sua independência. Ele é o  enfant terrible  que ousa sempre que filma, mas, também é alguém que procura aproximar-se do grande público (a título de curiosidade, mencione-se também que  Aronofsky  é um produtor extremamente prolífico). E se,  "Mãe!"  era o culminar de toda a obra de  Aronofsky , espiando os "fantasmas" que o acompanham (ou assombram),  "A Baleia"  evidencia-se como uma continuação desse trabalho, quiçá, "terapêutico" ( Aronofsky  convocou o termo enquanto promovia  "Mãe!" , clarificando a dimensão visceralmente íntima dos projetos em que tem embarcado). Fala-se de religião (o Cristianismo nunca está longe, quando  Aronofsky  anda por perto), da inevitabilidade da mor

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Outras Estreias: A 08/03/2023: