Quem conhece o cinema de Nanni Moretti , certamente, reconhecerá nele uma personalidade inconfundível. Goste-se mais ou menos de títulos como "Palombella Rossa" , "Querido Diário" ou "O Quarto do Filho" , é um facto que Moretti tem uma sensibilidade só sua. Que o digam os seus filmes gentilmente autoficcionados, de natureza, simultaneamente, lúdica e melancólica, festiva e intimista, onde nos habituámos a encontrá-lo a encarnar variações de si mesmo. Entende-se, portanto, que os cinéfilos que acompanharam o desenvolvimento da sua obra em tempo real, sintam que envelheceram com ele. No entanto, não é necessário ter estado vivo para poder vibrar com "Sonhos de Ouro" , aquando do seu lançamento em sala, para nutrir um carinho difícil de verbalizar por Nanni . Ver um novo filme seu, nunca é simplesmente isso, é, acima de tudo, como reencontrar um amigo de quem temos sempre saudades. "O Sol do Futuro" , 16ª longa-metragem de Nanni