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A mostrar mensagens de setembro, 2023

CRÍTICA - "O SOL DO FUTURO"

Quem conhece o cinema de  Nanni Moretti , certamente, reconhecerá nele uma personalidade inconfundível. Goste-se mais ou menos de títulos como  "Palombella Rossa" ,  "Querido Diário"  ou  "O Quarto do Filho" , é um facto que  Moretti  tem uma sensibilidade só sua. Que o digam os seus filmes gentilmente autoficcionados, de natureza, simultaneamente, lúdica e melancólica, festiva e intimista, onde nos habituámos a encontrá-lo a encarnar variações de si mesmo. Entende-se, portanto, que os cinéfilos que acompanharam o desenvolvimento da sua obra em tempo real, sintam que envelheceram com ele. No entanto, não é necessário ter estado vivo para poder vibrar com  "Sonhos de Ouro" , aquando do seu lançamento em sala, para nutrir um carinho difícil de verbalizar por  Nanni . Ver um novo filme seu, nunca é simplesmente isso, é, acima de tudo, como reencontrar um amigo de quem temos sempre saudades. "O Sol do Futuro" , 16ª longa-metragem de  Nanni

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CRÍTICA - "UMBERTO ECO - A BIBLIOTECA DO MUNDO"

"Umberto Eco - A Biblioteca do Mundo"  providencia-nos a oportunidade de habitar na órbita de Umberto Eco (1932-2016), com uma particularidade tremendamente interessante. Acontece que, o documentário de  Davide Ferrario  não é um olhar sobre o autor de títulos como  "O Nome da Rosa"  (1980) ou  "O Pêndulo de Foucault"  (1988), mas sim, do intelectual, ou melhor, do amador, no sentido mais antiquado e, porque não, romântico do termo, isto é, aquele que ama incondicionalmente e procura partilhar "o objeto do seu afeto" com os demais. É que, mais que um leitor ávido, Eco era também um verdadeiro cultor do livro, precisamente, enquanto objeto físico, tátil. Essa convicção, correção, esse amor, levou-o a construir uma biblioteca privada, onde constam, aproximadamente, 30.000 livros contemporâneos e mais de 1500 mais antigos e difíceis de encontrar. O título do filme de  Davide Ferrario ,  "A Biblioteca do Mundo" , adquire, portanto, um senti

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CRÍTICA - "O CRIME É MEU"

À semelhança de  Quentin Dupieux ,  Woody Allen  ou  Hong Sang-soo ,  François Ozon  tem conseguido manter uma média de, pelo menos, um filme por ano. No entanto, o que impressiona mais é a consistência do seu cinema, desafiando sempre as nossas expectativas e providenciando-nos uma experiência que pouco ou nada tem a ver com a que vivemos no ano anterior, com uma vivacidade um savoir faire apenas seu. Em  "O Crime é Meu" , a história repete-se.  "Peter Von Kant" , a longa-metragem de  Ozon  referente ao ano de 2022, encontrava-o a retrabalhar sob uma antiga referência sua,  Rainer Werner Fassbinder , reinventando um dos seus mais icónicos títulos,  "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant" . Mantêm-se as corres berrantes desse filme e o seu sentido lúdico (de que  Ozon  só abdica nos seus dramas mais contundentes), mas, a seriedade evapora-se, dando lugar a uma comicidade ligeira, mas nunca desprovida de subtexto, que arrebata e conquista. Nos anos 30, em P

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CRÍTICA - "RETRATOS FANTASMAS"

O cinema caminha para o fim? Entre 2020 e 2021, muitos de nós, cinéfilos e, consequentemente, cultores da sala de cinema, como templo da arte fílmica, tememos pelo desaparecimento dos espaços onde, durante tantos anos, nos congregamos para experienciar as linguagens mais díspares, os universos mais idiossincráticos (ocasionalmente, até as maiores "cagadas", mas, no contexto sacrossanto da sala escura, mesmo os resíduos mais tóxicos ganham algum encanto). Entretanto, houve avanços e retrocessos, se vamos continuar a poder experienciar o cinema no seu habitat natural por muito tempo ou não, ninguém sabe, no entanto, essa "experiência de quase morte", intensificada pelos sucessivos confinamentos, levou muitos dos cineastas mais importantes dos nossos tempos a revisitar os seus anos formadores, com filmes que nos comunicam, afinal, como se apaixonaram pelo meio, quando e porquê. "Retratos Fantasmas" , quinta longa-metragem do pernambucano  Kleber Mendonça Filh