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A mostrar mensagens de abril, 2019
"Teen Spirit: Conquista o Sonho", de Max Minghella Uma sinopse é apenas e somente isso. Isto é, uma tentativa de apresentar os acontecimentos que iremos acompanhar num qualquer conto. Contudo, como todos sabemos, o que importa não é aquilo que nos vai ser comunicado, mas sim de que maneira. Enfim, nuances que não podem ser encapsuladas num par de linhas. Lembram-nos desse facto quando descobrimos um filme como "Teen Spirit" (que, em Portugal, possui o subtítulo piroso e patusco "Conquista o Sonho"), um melodrama de raiz profundamente clássica (estamos no território sempre fascinante daquele realismo social muito britânico, que encontra em gente como Mike Leigh e Ken Loach os seus mais celebrados "heróis"), que acaba mesmo por conseguir subverter os clichés mais comuns de uma matriz narrativa cansada. Violet (Elle Fanning) vive numa quinta na Ilha de Wight, no Reino Unido. A mesma adora música e sonha tornar-se cantora, uma aspiração que
Destaque da Semana: "Teen Spirit: Conquista o Sonho", de Max Minghella Outras Estreias: "Vingadores: Endgame", de Joe Russo, Anthony Russo "A Grande Viagem", de Billy Frolick "Mulher e Marido", de Simone Godano (Exclusivo UCI Cinemas) "A Incrível História do Carteiro Cheval", de Nils Tavernier "Menina", de Cristina Pinheiro "O Silêncio dos Outros", de Almudena Carracedo, Robert Bahar Em Reposição: "Buena Vista Social Club", de Wim Wenders (Exclusivo Medeia Filmes) Estreia a 27/04/2019: "O Mar de Árvores", de Gus Van Sant (Exclusivo Medeia Filmes)
"Noites Mágicas", de Paolo Virzì Estamos em Roma, no Verão de 1990. A Itália vai ser eliminada pela Argentina nas meias-finais do Mundial de Futebol (o único assunto que parece conseguir captar o interesse do povo) e o cinema italiano está em queda desde meados da década de 80. Porquê? Bom, os motivos são demasiados para enumerar, pelo que, digamos apenas que os efeitos da crise económica não perdoavam, a televisão comercial começava a cativar mais espetadores do que o esperado e os grandes autores da nação transalpina que ainda não tinha falecido, encontrava-se a lançar últimos trabalhos que não conseguiam granjear a euforia de outros tempos. Nanni Moretti começava a dar os seus primeiros passos e Giuseppe Tornatore tinha acabado de vencer o Óscar na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira com “Cinema Paraíso”, mas não havia maneira de escapar a realidade. Era o fim da chamada “época de ouro” das películas italianas. Foi também nesse período que Paolo Vi
"O Dia a Seguir", de James Kent Em 2012, a australiana Cate Shortland filmou “Lore”. Um olhar melancólico sobre o quotidiano dos cinco filhos de um oficial nazi, depois da queda do Terceiro Reich, que lentamente começava a assumir contornos de reflexão acerca das cruéis heranças da Segunda Guerra Mundial. Desde então, a produção europeia (e não só) parece ter reencontrado um novo fascínio em revisitar os tempos que se seguiram ao conflito e explorar os fantasmas que continuaram a assombrar todo o continente. Exemplos disso incluem títulos como “Phoenix” (Christian Petzold, 2015) ou “Labirinto de Mentiras” (Giulio Ricciarelli, 2014). Baseado no romance homónimo da autoria de Rhidian Brook e assinado por James Kent, “O Dia a Seguir”, corresponde à mais recente entrada nesses cânones.  Estamos em 1946, quando Rachel Morgan (Keira Knightley) chega às ruínas de Hamburgo durante o inverno rigoroso para se reunir com o marido, Lewis (Jason Clarke), um coronel britânico enca
"Não me Toques", de Adina Pintilie Nos primeiros minutos de “Não me Toques”, a cineasta Adina Pintilie confessa: “Ainda nunca te expliquei ao certo que é este filme. Nunca o verbalizei, porventura, porque estou à procura de algo que antecede às palavras.” Acontece que, nessas palavras se encerra todo o projeto estético e ético do filme. Isto é, abandonar todas e quaisquer convenções narrativas (o filme funciona algures entre a ficção e o documentário) e pudores, para construir uma experiência carnal sobre a natureza da fisicalidade, que vem explorar exatamente o que significa “habitar um corpo”. O resultado é uma experiência curiosamente intensa e estranhamente serena, que coloca múltiplos corpos nus num regime de isolamento austero (quase todas as cenas se desenrolam em ambientes aparentemente esterilizados e desprovidos de cor), apenas quebrado em duas breves sequências passadas num clube de BDSM, Pintilie move-se permanentemente nos terrenos desconfortáveis da int
Destaque da Semana: "O Dia a Seguir", de James Kent Outras Estreias: "Mr. Link", de Chris Butler "A Maldição da Mulher Que Chora", de Michael Chaves "A Queda do Império Americano", de Denys Arcand "Jia Zhangke, Um Homem de Fenyang", de Walter Salles (Exclusivo Espaço Nimas e Cinema Trindade) "Não me Toques", de Adina Pintilie (Exclusivo Espaço Nimas e Teatro Municipal Campo Alegre) "Mug - A Face", de Malgorzata Szumowska (Exclusivo Cinema City) "Noites Mágicas", de Paolo Virzì "Irmãs a Meias", de Saphia Azzeddine, François-Régis Jeanne "A Outra...", de Daniel Auteil "Quero-te Tanto", de Vicente Alves do Ó
"Greta - Viúva Solitária", de Neil Jordan Tornou-se comum engavetar autores. Como assim? Pois bem, de maneira a facilitar a promoção e discussão em torno dos seus filmes, concluiu-se que seria mais simples encontrar “imagens de marca” que os pudessem definir. No entanto, continuam mesmo a existir cineastas que insistem em ziguezaguear por entre as mais distintas referências, no processo, anulando quaisquer tentativas de resumir os seus universos cinematográficos a um padrão temático pré-determinado. Exemplo modelar disso mesmo é o trabalho de Neil Jordan, um velho estudante do lendário John Boorman, que sempre tentou encenar variações muito pessoais sobre os modelos mais comuns da fábula, entendida como um processo regressivo que nos conduz a um tempo simbólico em que o fator humano e os seus fantasmas coexistem de modo perverso. Tal volta a acontecer em “Greta – Viúva Solitária”, um envolvente conto de suspense, com reminiscências de certos títulos de Brian de Palma ou
Destaque da Semana: "Greta - Viúva Solitária", de Neil Jordan Outras Estreias: "Lugares Sagrados", de Amanda Sthers "Anoitecer", de László Nemes "Hellboy", de Neil Marshall "After", de Jenny Gage "Parque das Maravilhas", de David Feiss
"Samitério de Animais", de Kevin Kölsch, Dennis Widmyer Em 1977, após o sucesso de Carrie e The Shining , Stephen King entrou num breve hiato para aceitar um convite da Universidade do Maine para dar aulas de escrita criativa. A seu objetivo era aproveitar a ocasião para auxiliar novos talentos e agradecer à instituição que o formou. Durante esse período, o autor e a família estabeleceram-se numa casa no meio de nenhures, situada na berma de uma estrada nacional com um trânsito extremamente perigoso. Um dia, King encontrou um terreno próximo da sua residência, onde as crianças tinham feito um cemitério para os animais que ali apareciam atropelados com alguma frequência. O local possuía campas improvisadas pelos miúdos que pareciam transmitir uma melancolia infeciosa que acabou mesmo por se apoderar da mente do escritor. Meses depois, nasceu Samitério de Animais . Um romance que dramatizava alguns dos episódios mais perturbantes que o escritor havia experienciado naque
Destaque da Semana: "Samitério de Animais", de Kevin Kölsch, D ennis Widmyer Outras Estreias: "Diamantino", de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt "Piercing", de Nicholas Pesce "Besta", de Michael Pearce (Exclusivo UCI Cinemas) "Ayka", de Sergey Dvortsevoy "Tito e os Pássaros", de Gabriel Bitar, André Catoto, Gustavo Steinberg "Cai na Real, Corgi", de Ben Stassen, Vincent Kesteloot "Shazam!", de David F. Sandberg Em Reposição: "O Carteiro de Pablo Neruda", de Michael Radford Estreia a 06/04/2019: "Almas Mortas", de Wang Bing (Exclusivo Medeia Monumental) Estreia a 07/04/2019: "Piazzolla - Os Anos do Tubarão", de Daniel Rosenfeld (Exclusivo Medeia Monumental)