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A mostrar mensagens de setembro, 2022

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "A CONFERÊNCIA"

A 20 de janeiro de 1942, altos representantes do regime na z i alemão reúnem-se numa vila perto de Berlim, para uma reunião que ficou na história como a Conferência de Wannsee. Estão presentes 15 dignitários pertencentes às SS, ao partido nacional-socialista e ao aparelho burocrático do governo. Foram convocados por Reinhard Heydrich, chefe da polícia de segurança, para uma "reunião seguida de pequeno-almoço". O único tema do encontro que durou cerca de 90 minutos foi o que os na z is chamaram "Solução Final para a Questão Judaica", ou seja, a organi z ação e planificação detalhada do assassinato em massa de milhões de judeus em toda a Europa. Em "A Conferência", o reali z ador Matti Geschonneck reconstituiu os acontecimentos de forma avassaladoramente sóbria (o tom paciente, lento e subtil do filme ilustra bem a noção da "banalidade do mal"), tendo como base a ata do encontro, redigida por Adolf Eichmann, à altura, ainda não possuidor do estatut

CRÍTICA - "RESTOS DO VENTO"

Em 1995, os rapa z es de uma aldeia nunca nomeada, algures no interior de Portugal, usando roupas velhas com gui z os, sacos a fazer de capuzes e empunhando cordas e vergastas, cumprem anualmente a velha tradição de andar pelas ruas a assustar as pessoas e a perseguir as raparigas, com o pretexto de "sacudir" o Diabo dos seus corpos (supostamente, Ele "cola-se" a elas por intermédio do vento). No entanto, no momento em que o assédio de Judite (Maria Abreu em adolescente, Isabel Abreu como adulta) ameaça tornar-se numa violação, Laureano (primeiro Benjamin Barroso, depois Albano Jerónimo) intervém. O ataque é impedido, mas, o rapa z é forçado a pagar o preço pelo seu ato de relutante heroísmo, quando os outros o espancam brutalmente. Passados 25 anos, os agressores de Laureano levam vidas estáveis. Um deles, Samuel (Nuno Lopes), é um empresário com peso na região, separado da mulher (Maria João Pinho) e com um filho adolescente (Ivo Arroja), outro, Paulo (João Pedro

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "BILHETE PARA O PARAÍSO"

O que aconteceu à comédia romântica? Em tempos, Hollywood enriqueceu às custas do género, no entanto, com a "normali z ação" dos blockbusters (outrora, símbolos dos meses de verão e da quadra natalícia, mas, praticamente ausentes do calendário no resto do ano), esses filmes parecem ter desaparecido do alinhamento anual dos estúdios norte-americanos. Em 2022, a Paramount e a Universal ousaram contrariar essa tendência, com "A Cidade Perdida" e "Bilhete Para o Paraíso", respetivamente. Duas produções à moda antiga que, no papel, pelo menos, reuniam todos os elementos que nos habituamos a associar ao género (nomeadamente, um par de estrelas charmosas, a oscilar numa dinâmica de "amor-ódio" até à conclusão, um cenário exótico e, claro, uma extensa galeria de personagens secundárias coloridas). E se, "A Cidade Perdida", não encaixando em nenhuma definição corrente de brilhantismo, o sedu z iu com o seu hábil cruzamento de comédia romântica e

CRÍTICA - "ÓCULOS ESCUROS"

Cada novo filme de Dario Argento é um acontecimento. O lançamento de "Óculos Escuros", em particular, assinala a sua primeira longa-metragem em 10 anos, tendo desencadeado uma celebratória onda de revivalismo um pouco por todo o mundo, com instituições como o Lincoln Center, em Nova Iorque, ou a Cinemateca Francesa, a dedicarem retrospetivas ao mestre incontestável do terror italiano. Em Portugal, no entanto, ninguém diria que um evento tão importante como o regresso de Argento se deu. Afinal, depois de uma sessão esgotadíssima no MOTELX, com a presença da protagonista Ilienia Pastorelli, "Óculos Escuros" foi atirado aos lobos, com horários tremendamente limitados em menos de 10 salas de cinema, circunscritas aos grandes centros urbanos, com a honrosa exceção de Faro. Enfim, não se arranjava uma campanha publicitária? E, porque não, dar a conhecer algumas das obras anteriores do mestre (penso em "Suspiria", "Phenomena" ou "Profondo Rosso&quo

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMAS NOS) (EXCLUSIVO MEDEIA FILMES)

CRÍTICA - "TRÊS MIL ANOS DE DESEJO"

George Miller é um autor desconcertante, no melhor sentido, entenda-se. De facto, não é possível encerrá-lo num qualquer padrão temático ou estético, de tal modo a sua obra vai z igue z agueando por entre as mais variadas sensibilidades. Afinal, ele foi o "louco" que orquestrou o bailado de carnificina veicular que é "Mad Max: Estrada da Fúria", mas, também foi ele quem colocou os pinguins da Antártica a fa z er sapateado em "Happy Feet"... Em "Três Mil Anos de Desejo", encontramo-lo a dar largas à sua imaginação, encenando um virtuoso espetáculo formal, que é, simultaneamente, uma homenagem tocante e sincera ao ato de contar histórias. Nele, acompanhamos a Dra. Alithea Binnie (Tilda Swinton), uma Narratologista celibatária, que se contenta (ou crê contentar-se) com uma existência puramente intelectual. Em Istambul, onde frequenta uma conferência, adquire um antigo vaso otomano. No entanto, quando tenta abri-lo, o impossível, ou melhor, o imprová

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA CITY) EM REPOSIÇÃO: (EXCLUSIVO CINEMAS NOS)

CRÍTICA - "A BESTA"

O Dr. Nate Daniels (Idris Elba) enviuvou recentemente. A ex-mulher perdeu a batalha contra um cancro, deixando-o sozinho com as filhas, Meredith (Iyana Halley) e Norah (Leah Jeffries), que o ressentem pelo divórcio, particularmente, Meredith que o acusa de ter abandonado a progenitora na sua hora de necessidade, aproveitando todas as ocasiões que se proporcionam, para demonstrar o desdém que sente pelo pai. Numa tentativa de reparar esses laços, Nate leva as filhas até uma reserva natural na África do Sul, onde a mãe passou muitos anos. Uma vez lá, reencontram-se com Martin (Sharlto Copley), um velho amigo da família que os recebe de braços abertos em sua casa e lhes promete uma tour pela zona. No entanto, os planos acabaram gorados. Porquê? Pois bem, digamos apenas, que, durante um passeio pela savana, se vão cruzar com um leão esfomeado, confuso e furioso. Essa confusão é, desde logo, fundamental, porque, ao contrário do que um título sensacionalista como "A Besta" parece

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OUTRAS ESTREIAS: EM REPOSIÇÃO: (EXCLUSIVO CINEMAS NOS)

CRÍTICA: "KAAMELOTT - O PRIMEIRO CAPÍTULO"

Dado que nos encontramos no contexto português, importa providenciar algum contexto ao leitor. "Kaamelott" é um fenómeno francófono, no entanto, nunca passou as fronteiras gaulesas. Criada por Alexandre Astier , em 2005, a série que apresentava uma releitura satírica do mito arturiano presenteou os seus muitos fãs com 469 episódios, com 5 minutos de duração. Astier e os seus compinchas abandonaram o ar em 2009, com uma temporada especial, de apenas 8 capítulos, com uma duração estendida para os 40 minutos. Porém, os seguidores das aventuras deste Rei Artur folião, mantiveram sempre a esperança de que, um dia, ele regressasse. Com "Kaamelott: O Primeiro Capítulo" , as suas preces foram atendidas, até porque, seguindo o método dos blockbusters norte-americanos, Astier plantou as sementes de uma franquia (adequadamente) cinematográfica, polvilhando o seu filme com elementos e personagens aos quais planeia voltar em eventuais sequelas… E se, a sexta temporada de "