Michael Mann voltou. Para um cinéfilo, é motivo de regozijo. Para o espetador casual, que oscila entre as salas de cinema e as plataformas de streaming, quiçá, sem uma relação específica com os autores, é uma possibilidade para entrar em contacto com um modelo de cinema classicista por excelência, que já foi muito comum, mas, é hoje, tremendamente raro, dir-se-ia, quase extinto. Quem espera uma cinebiografia corriqueira que se cuide. Mann e o argumentista Troy Kennedy Martin, falecido em 2009 (Mann passou, aproximadamente, 20 anos a tentar financiar o projeto), escolheram concentrar a ação num único ano, 1957, quando a Ferrari se aproximava da bancarrota. Quem conhece o cinema de Mann, talvez, sinta uma certa estranheza? Um biopic sobre Il Commendatore , Il Grande Vecchio (entre muitos outros cognomes), Enzo Ferrari? O que une o gigante do automobilismo e o universo obsessivo, noturno e soturno do autor de "Thief", "Heat" e "Miami Vice"? Aparentemente, tu