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A mostrar mensagens de outubro, 2020
  Destaque da Semana: Outras Estreias:
"Listen", de Ana Rocha de Sousa Não precisamos de o relembrar que este ano não correspondeu às expectativas de ninguém. A começar pelo desastroso surgimento de uma pandemia e a culminar na inevitável recessão económica que a mesma desencadeou. De facto, 2020 não nos tem providenciado muitos motivos para sorrir. O que apenas torna mais valiosos os momentos em que encontramos noticias que merecem genuinamente ser celebradas. Assim sucedeu quando soubemos que "Listen" , a primeira longa-metragem da portuguesa Ana Rocha de Sousa, foi selecionada para o prestigiado Festival de Veneza e o orgulho só aumentou quando o filme conseguiu conquistar um impressionante total de 6 prémios, garantindo-lhe uma visibilidade no circuito internacional que certamente o auxiliará a chegar a mais pessoas um pouco por todo o mundo. A realizadora, de 41 anos, que se tornou famosa ao entrar na série "Riscos" que a RTP exibiu em 1997, ou na telenovela "Jura" , da SIC, com
  Destaque da Semana: Outras Estreias: (Exclusivo Cinema Trindade)
"Os Veterinários", de Julie Manoukian   Que maravilha é a primeira realização de Julie Manoukian! Chama-se “Os Veterinários” e contraria a tendência de muito cinema contemporâneo de apenas providenciar atenção aos meios urbanos. Encontramo-nos em Morvan, uma pequena aldeia do interior França, onde os veterinários Nico (Clovis Cornillac) e Michel (Michel Jonasz) fazem tudo o que podem para servir a população e os seus animais. Quando Michel decide que chegou o tempo de se reformar, Nico sente que, sem o auxílio do mentor, não conseguirá aguentar as exigências daquele labor sozinho, colocando em risco a viabilidade da clínica que partilhavam. Felizmente, o velho senhor tem um plano que consiste em convencer a sobrinha Alex (Noémie Schmidt), que acabou de terminar o curso com a melhor média da turma, a voltar ao local que a viu nascer e o substitua. Só que ela parece não ter lá muita vontade de aceitar a posição… Tendo como base depoimentos verídicos de veterinários que operam
Destaque da Semana:  Outras Estreias: Em Reposição: (Exclusivo Medeia Filmes) (Exclusivo Medeia Filmes)
"Mulheres ao Poder", de Philippa Lowthorpe Além de expor chocantes abusos de poder, o movimento #MeToo desencadeou um debate acerca da representação da mulher na ficção. Para muitos (membros da comunidade conhecida como Hollywood ou meros espetadores) as narrativas contemporâneas tinham (e continuam a ter) a tendência de secundarizar as personagens femininas, reduzindo-as a papéis que se limitavam a apoiar os seus homólogos masculinos. O resultado dessa conversa foi mesmo um aumento de histórias sobre mulheres que têm contribuído para um panorama mais igualitário. No entanto, esse movimento também veio realçar um óbvio paradoxo. Isto é, como é possível que a mesma sociedade que requer uma perspetiva mais feminina no mundo do cinema, também se deleite com concursos de beleza que tratam as suas concorrentes como pedaços de carne? “Mulheres ao Poder” , da realizadora britânica Philippa Lowthorpe, convida-nos a pensar sobre isso mesmo, convocando um momento crucial da história de
"O Ninho", de Sean Durkin Foram precisos 9 anos, com uma minissérie pelo meio ( “Southcliffe” ), para Sean Durkin assinar a sua segunda longa-metragem depois do sucesso que foi “Martha Marcy May Marlene” . Tal como nesse filme, onde seguíamos uma jovem após uma traumática experiência num culto, Durkin usa muitas das técnicas que associamos ao cinema de terror para mostrar a decadência uma célula familiar aparentemente idílica, mantendo o público sempre com uma sensação iminente de tragédia. Rory O’Hara (Jude Law) é um banqueiro que arrasta a esposa americana (Carrie Coon) e dois filhos para Inglaterra após conseguir um emprego. Vivendo o sonho americano no Reino Unido, adquire uma mansão no Surrey, que claramente parece ser demasiado para o seu bolso.  Estamos nos anos 80, o tempo dos Yuppies popularizados literária e cinematograficamente pelo Patrick Bateman de “American Psycho” , e Rory (como confessa a um taxista no terceiro ato) finge ser rico, levando uma vida que claram
 Destaques da Semana: Outras Estreias: Em Reposição: (Exclusivo Medeia Filmes) (Exclusivo Medeia Filmes)
"Mãe Só Há Uma", de Anna Muylaert A produção brasileira está longe de se esgotar nas matrizes formatadas das telenovelas. Contudo, o mercado português nunca demonstrou muito interesse em providenciar-nos exemplos dessa diversidade. Obviamente existem exceções. Todos conhecemos fenómenos como “Cidade de Deus” ou “Tropa de Elite” , mas o cinema carioca não pode ser circunscrito aos retratos do quotidiano nas favelas. Nesse sentido, é imperativo prestar atenção ao ciclo que a Nitrato Filmes dedicará a realizadoras brasileiras em outubro. O mesmo teve início na passada semana e foi inaugurado pelo lançamento de “Mãe Só Há Uma” , segunda longa-metragem de Anna Muylaert que, aliás, já conhecíamos do muito curioso “Que Horas Ela Volta?” , onde se evidenciava capaz de apresentar um olhar contundente sobre as desigualdades sociais na sociedade contemporânea. Nele, se conta a história de Pierre (Naomi Nero), um adolescente de 17 anos, avesso a estereótipos de género, que descobre que
"Farming", de Adewale Akinnuoye-Agbaje Infelizmente, o fascismo está de volta. Enfim, na verdade, ele nunca desapareceu, nós é que nos permitimos cair na ilusão de pensar o contrário. Nesse sentido, o realismo britânico assume uma importância ainda maior do que já tinha. Afinal, se há crítica que não podemos levantar contra o país que nos deu cineastas como Ken Loach, Shane Meadows ou Andrea Arnold, é ter medo de nos mostrar em que mundo vivemos. Agora, Adewale Akinnuoye-Agbaje, que conhecíamos apenas como ator de títulos tão variados como “Esquadrão Suicida” e “Trumbo” (só para mencionar alguns dos mais recentes), realiza a sua primeira experiência atrás das camaras com uma autobiografia acutilante. Chama-se “Farming” e o título refere-se a uma prática popularizada entre as décadas de 60 e 80, numa Inglaterra em recessão, dezenas de milhares de crianças nigerianas foram entregues a famílias de acolhimento brancas por pais (imigrantes, negros e pobres) que tentavam estudar
"Antebellum: A Escolhida", de Gerard Bush, Christopher Renz O cinema espelha as convulsões interiores e exteriores da experiência humana. Não admira, portanto, que os Estados Unidos continuem a ser o cenário de muitos (e fascinantes) narrativas interessadas em confrontar o público com as ramificações do “pecado original” americano: a escravatura. Em “Antebellum: A Escolhida” , a duo composto por Gerard Bush e Christopher Renz encenam um conto de terror metafórico que ilustra um país divido pelos horrores cancerígenos do odio. Importa não cair no erro de descrever o filme, evitando revelar demasiado sobre as suas peripécias (o que acontece mesmo no respetivo trailer). Afinal de contas, esta é mesmo uma história em que o suspense se evidencia como uma peça fundamental. Digamos, então, que tudo começa quando Eden (Janelle Monáe) acorda numa plantação de escravos no coração da América sulista, no decorrer da Guerra Civil. Obviamente, o quotidiano de tão dantesco lugar é preenchid
Destaque da Semana:   Outras Estreias: Em Reposição: (Exclusivo Medeia Filmes)