"Farming", de Adewale Akinnuoye-Agbaje Infelizmente, o fascismo está de volta. Enfim, na verdade, ele nunca desapareceu, nós é que nos permitimos cair na ilusão de pensar o contrário. Nesse sentido, o realismo britânico assume uma importância ainda maior do que já tinha. Afinal, se há crítica que não podemos levantar contra o país que nos deu cineastas como Ken Loach, Shane Meadows ou Andrea Arnold, é ter medo de nos mostrar em que mundo vivemos. Agora, Adewale Akinnuoye-Agbaje, que conhecíamos apenas como ator de títulos tão variados como “Esquadrão Suicida” e “Trumbo” (só para mencionar alguns dos mais recentes), realiza a sua primeira experiência atrás das camaras com uma autobiografia acutilante. Chama-se “Farming” e o título refere-se a uma prática popularizada entre as décadas de 60 e 80, numa Inglaterra em recessão, dezenas de milhares de crianças nigerianas foram entregues a famílias de acolhimento brancas por pais (imigrantes, negros e pobres) que tentavam estudar