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A mostrar mensagens de março, 2022

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA CITY)

CRÍTICA - "ADEUS, IDIOTAS"

Quando mencionamos os mais importantes autores do cinema francófono contemporâneo, esquecemo-nos sistematicamente do seu nome, contudo, Albert Dupontel é mesmo um realizador que importa manter debaixo de olho. Quem viu "Gravidez de... Alto Risco" (2013) e "Até Nos Vermos Lá em Cima" (2017), certamente, reconhecerá nele um contador de histórias francamente idiossincrático, possuidor de uma capacidade inata para combinar os elementos mais burlescos da comédia com a acutilância da tragédia. Assim volta a acontecer em "Adeus, Idiotas" , que, em 2021, arrebatou 6 Césares (os Óscares do cinema francês), incluindo Melhor Filme, Realizador e Argumento Original. Nele, acompanhamos Suze Trappet ( Virginie Efira ), uma cabeleireira de 43 anos, que ao ser diagnosticada com uma doença terminal, entende que necessita de encontrar o filho que foi forçada a abandonar quando tinha apenas 15 anos. Na sua via sacra pelos labirintos da burocracia, o seu caminho cruza-se co

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "UMA RÉSTIA DE ESPERANÇA"

A nossa atualidade cinematográfica encontra-se perversamente inflacionada. Afinal, colocando de lado os muitos filmes que estreiam nas plataformas de streaming semanalmente (esta semana, por exemplo, os nossos computadores recebem títulos como "Águas Profundas", "Master", "À Dúzia é Mais Barato" ou "Visitas Inesperadas"), é inevitável constatar que o número de títulos que os nossos distribuidores levam às salas atingiu um patamar francamente delirante. Fiquemos com o seguinte (e ilustrativo) exemplo, só ontem, quinta-feira 17 de março, estrearam-se nove longas-metragens (duas delas nem sequer se encontram em exibição na capital). A hecatombe  de estreias faz com que haja uma percentagem mínima de filmes protegidos por grandes campanhas promocionais, enquanto os outros, silenciosamente,  batalham pela atenção dos espetadores. "Uma Réstia de Esperança" é um desses filmes. Um melodrama britânico, de recorte clássico, sustentado pelo trabal

Crítica - "X"

Ti West cimentou a sua reputação enquanto um dos mais promissores cineastas internacionais no campo do cinema de terror, graças a um trio de extraordinários filmes ("The House of the Devil", "Hóspedes Indesejados" e "The Sacrament"). No entanto, mesmo quando nos parecia que ele ia conseguir sair dos recantos mais independentes da produção norte-americana, West praticamente desapareceu. Aliás, excetuando o western "Terra Violenta" (2016), o realizador não assinou uma única longa-metragem nos últimos dez anos, o que levou muitos a suspeitar que talvez houvesse algum problema. Teria o mundo perdido uma das suas vozes mais auspiciosas? Sucintamente? Não. Parece que, West se encontrava apenas a planear um regresso apropriadamente bombástico ao terror, que se dá agora com o lançamento de "X", um cruzamento francamente delirante entre "Massacre no Texas" (1974), "Boogie Nights" (1997) e "Amor" (2012), com a chance

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "DRIVE MY CAR"

Em 2015, Ryusuke Hamaguchi apresentou "Happy Hour" no Festival de Locarno. À data, o cineasta nipónico não era ainda um nome reconhecível, nem mesmo dos segmentos mais cinéfilos do público, no entanto, isso não lhe retirou a coragem de assinar um filme que se prolongava durante 5h17, onde éramos convidados a acompanhar o quotidiano de quatro mulheres na casa dos 30 anos. A crítica reagiu com euforia (houve mesmo quem avançasse que Hamaguchi podia vir a tornar-se no John Cassavetes do Japão), colocando "Happy Hour" nas bocas do mundo e permitindo-lhe que conquistasse acordos de distribuição um pouco por todo o mundo. Passados 7 anos, Hamaguchi é hoje uma das maiores coqueluches do cinema contemporâneo e a prova disso é o estatuto de quase "blockbuster" (para o contexto da produção cinematográfica autoral em 2022, claro está) que "Drive My Car" conquistou e, que fique dito, o filme fa z inteiramente jus ao muito hype que temos ouvido desde a sua p

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OUTRAS ESTREIAS:

CRÍTICA - "OS PREDADORES"

Evocando o cinema de Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Ettore Scola, Marco Bellocchio, Matteo Garrone e Paolo Sorrentino, “Os Predadores” tornou-se num pequeno fenómeno aquando da sua passagem pelo Festival de Veneza de 2020, onde conquistou o Prémio de Melhor Argumento, levando muitos membros da imprensa a proclamar o estreante Pietro Castellitto como um sucessor do grande património do cinema italiano (e, tendo em conta, que ele é filho de um ator e realizador tão incontornável como Sergio Castellitto, não será um grande risco assumir que esse "património" histórico não será completamente indiferente), no qual sempre reconhecemos aquela capacidade muito peculiar de fazer "cinema político e social" sem nunca cair em maniqueísmos panfletários ou generalizações grosseiras. De facto, embora o tom ande permanentemente entre o thriller de cozedura lenta e a comédia burlesca, "Os Predadores" é mesmo um filme sobre o funcionamento perverso da sociedade t

CRÍTICA - "THE BATMAN"

Quando pensamos no património do cinema de super-heróis, conseguimos quase instantaneamente lembrarmo-nos de um punhado de títulos que transcendem os pergaminhos habituais do género (de que, aviso à navegação, desfrutamos sem preconceitos, nem sentimentos de culpa, mas sem o fascínio que muitos parecem possuir)... e não é que muitos deles envolvem o icónico Batman? Quer falemos do existencialismo grandiloquente de Christopher Nolan, do grotesco delirante de Tim Burton ou do distanciamento irónico de Chris McKay, a verdade é que o homem morcego já nos deu belíssimos momentos de cinema. No entanto, também já protagonizou alguns falhanços francamente embaraçosos, como foi o caso de "Batman & Robin", "The Killing Joke" ou "Liga da Justiça". Nesse sentido e, com a reforma antecipada do Batman de Ben Affleck encontrando-se praticamente confirmada, chegou o momento da Warner Bros reinventar novamente a personagem e, a avaliar pelo falatório permanente que se

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO MEDEIA FILMES)