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A mostrar mensagens de fevereiro, 2022

DESTAQUE DA SEMANA

OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO MEDEIA FILMES)

CRÍTICA - "O BANDO DE NED KELLY"

A verdade tornou-se subjetiva. Afinal, basta abrir um jornal ou uma qualquer página online de um site noticioso e o mais provável é encontrar múltiplos usos do termo orwelliano “Fake News”. No entanto, com "O Bando de Ned Kelly", Justin Kurzel vem introduzir um pauzinho na engrenagem, argumentando que o mundo sempre funcionou assim. Batizando o mito como realidade, nem que seja só porque as crenças passadas de boca em boca tendam a ser mais interessantes que os acontecimentos que vão ocorrendo no quotidiano. Como argumentava o jornalista Maxwell Scott em "O Homem Que Matou Liberty Valance", “Quando um facto se transforma em lenda, imprime a lenda.” Logo nos primeiros minutos de "O Bando de Ned Kelly", o público é confrontado com uma mensagem que o informa de que nada daquilo que se encontra prestes a ver corresponde à verdade, enquanto a narração do próprio Kelly nos garante que o filme se trata mesmo de um retrato fiel das suas vivências. Porquê investir

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OUTRAS ESTREIAS: (EXCLUSIVO CINEMA TRINDADE) (EXCLUSIVO MEDEIA FILMES)

CRÍTICA - "A PIOR PESSOA DO MUNDO"

Joachim Trier é o realizador do momento. Dificilmente alguém conseguiria antecipar que o autor de "Reprise" (podem encontrá-lo no catálogo da Netflix), "Oslo, 31 de Agosto", "Ensurdecedor" e "Thelma" (todos disponíveis na Filmin) se tornaria na nova coqueluche do panorama cinematográfico europeu, especialmente porque chegou mesmo a parecer que havia um contingente de detratores que se recusavam a conceder-lhe entrada no panteão a que pertencem alguns dos seus contemporâneos, no entanto, o sucesso nas bilheteiras de todo o mundo (até os americanos tipicamente hostis perante filmes falados em idiomas estrangeiros parecem estar a celebrá-lo), nas cerimónias de prémios e, acima de tudo, o frenesim online não mentem. "A Pior Pessoa do Mundo", em boa hora, colocou Trier nas bocas do mundo. Afinal, como costuma dizer o povo, "custou, mas foi". Nele, acompanhamos Julie (Renate Reinsve numa daquelas performances eletrizantes que é impo

CRÍTICA - "ARTHUR RAMBO"

Baseado numa história verídica, Laurent Cantet, realizador de "Recursos Humanos" (1999) e "A Turma" (2008), encontra uma maneira nova de discutir a tensão social parisiense. Ao contrário daquilo que acontecia com "O Ódio" (1995) ou "Os Miseráveis" (2019), Cantet não mergulha no universo suburbano da capital, cheio de conflitos étnicos e sociais. Conta, antes, a ascensão e queda de um escritor de origem magrebina, propondo simultaneamente um debate sobre o poder das redes sociais. Karim D (Rabah Nait Oufella) escreve livros socialmente impactantes com princípios humanos e humanitários nobres. No entanto, descobre-se que está por trás de um alter-ego no Twitter que deixa toda a sociedade desconfortável. Arthur Rambo, um provocador implacável que não olha a meios nem a tons para atacar etnias, comunidades e instituições da sociedade francesa, por via de tweets que vão muito além do socialmente admissível. Karim tenta desvincular-se e justificar-se,

CRÍTICA - "NIGHTMARE ALLEY - BECO DAS ALMAS PERDIDAS"

Em 1947, o romance de William Lindsay Gresham, "Nightmare Alley - Beco das Almas Perdidas", recebeu o tratamento cinematográfico, cortesia do cineasta Edmund Goulding, com Tyrone Power enquanto protagonista. A produção não teve a vida facilitada, até porque as normas castradoras da época não permitiram a Goulding explicitar algumas das componentes mais perturbadoras da obra de Gresham, mas o filme acabou por ser alvo de uma receção crítica e comercial respeitosa, ainda que desprovida de grande entusiasmo. Passados 75 anos, Guillermo del Toro surpreendeu muita gente ao decidir revisitar o beco titular. Afinal, o cinema do realizador mexicano nunca tinha abandonado os elementos sobrenaturais que representam um papel determinante nos seus títulos prévios. No entanto, quaisquer receios de que "Nightmare Alley" pudesse representar uma possível descaracterização do universo simultaneamente terno e cruel do autor de "O Labirinto do Fauno" e "A Forma da Água&

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CRÍTICA - "A FILHA PERDIDA"

Aquando da passagem de "A Filha Perdida" pela passada edição do Festival de Veneza, onde venceu o prémio de Melhor Argumento, a realizadora e argumentista Maggie Gyllenhaal, que conhecemos de uma longa carreira enquanto atriz, confessou ter vivido uma experiência revelatória ao ler o romance de Elena Ferrante que se encontra na base desta sua primeira longa-metragem. Como assim? Pois bem, diz Gyllenhaal que sempre lhe pareceu que existiam verdades secretas sobre o universo feminino acerca das quais ninguém se atrevia a falar, daí que a franqueza com que Ferrante abordava as pulsões íntimas da condição feminina a tenha deixado desconcertada. Assim, nasceu a vontade de levar as palavras da autora italiana ao cinema, neste belíssimo filme que parece comprovar que os talentos de Gyllenhaal estão longe de se esgotar na representação. Encontramo-nos na Grécia contemporânea, onde Leda Caruso (interpretada por Olivia Colman e Jessie Buckley em momentos distintos da sua vida), uma pro

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