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"Homem-Aranha: Sem Volta a Casa", de Jon Watts

  Aconteça o que acontecer, parece mais ou menos óbvio que a mais recente aventura do Homem-Aranha cedo se tornará indissociável do entusiasmo gerado em seu torno. Afinal, num período extremamente frágil para as salas de cinema, o filme de Jon Watts conseguiu mesmo bater os mais variados recordes, levando gente dos 8 aos 80 a congregar-se em torno de ecrãs adequadamente gigantes um pouco por todo o mundo, em muitos casos, batendo palmas, libertando gritos de excitação e até lágrimas (são muitos os relatos de multidões em êxtase que se podem encontrar com uma breve pesquisa na internet). Tudo isto, é extraordinário, nem que seja só mesmo porque qualquer coisa que leve as pessoas a abandonar o sofá e os interfaces frios dos mil e um serviços de streaming que se popularizaram nos últimos anos é uma boa notícia, contudo, o mediatismo que se desenvolveu em torno de "Sem Volta a Casa" corre o risco de ofuscar as valências do próprio filme, entretanto, banalizado como um mero "

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Outras Estreias: Em Reposição:

"Pig - A Viagem de Rob", de Michael Sarnoski

A maioria dos artistas levam algum tempo a encontrar a sua voz. No entanto, também há quem consiga introduzir-se ao mundo com um uma obra notável logo à primeira. No mundo do cinema, temos exemplos que vão desde gente como Quentin Tarantino ou Wes Anderson, a Ari Aster e Jordan Peele. Ao assinar o prodigioso "Pig - A Viagem de Rob", o norte-americano Michael Sarnoski inscreve o seu nome nesse panteão, impressionando-nos com um filme que subverte todas e quaisquer expectativas que possamos ter. O conceito é ilusoriamente simples. Nicolas Cage encarna um homem que vive num exílio autoimposto num bosque isolado no Oregon, nos Estados Unidos. Os seus dias são passados ao lado de uma fiel porca de procurar trufas, que o auxilia a encontrar essas iguarias que depois vende a um jovem empresário, Amir (Alex Wolff), em troca dos poucos bens com que vive. Mas a quietude deste lobo solitário é subitamente interrompida, quando um bando de criminosos o atacam violentamente, deixando-o fer

"West Side Story", de Steven Spielberg

Em 1961, Hollywood vivia um momento delicado. o musical, outrora, o modelo de espetáculo mais popular daquela indústria (o equivalente aos filmes de super-heróis que atualmente dominam as bilheteiras e manchetes), havia caído em decadência e ainda ninguém sabia muito bem o que é que o poderia substituir. No entanto, o desmoronamento ainda ia no início, garantindo que continuava a ser possível conseguir conquistar algum tipo de sucesso dentro do género, mesmo que tal começava a ser mais difícil. "West Side Story", baseado no musical homónimo de 1957, representou um dos últimos pontos altos da tradição clássica do género, conquistando 10 Óscares (um recorde para um musical) e tornando-se num autêntico fenómeno de bilheteiras. Contudo, esse endeusamento tem sido continuamente colocado em causa por quem encontra ou reencontra o filme de Robbins e Wise atualmente, nele reconhecendo um tom demasiado maneirado e uma estranha falta de violência não-estilizada, que atenuam o impacto d

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Outras Estreias: Em Reposição:

"Mães Paralelas", de Pedro Almodóvar

Reencontrar Almodóvar é sempre um prazer irrecusável. No entanto, convenhamos que "Mães Paralelas" não tinha uma tarefa simples pela frente, afinal, como seguir um triunfo como fora "Dor e Glória" (2019), para muitos, entre os quais nos incluímos, um dos mais extraordinários títulos de toda a filmografia do cineasta manchego? Pois bem, com um filme que é simultaneamente uma reinvenção e um prolongamento de uma das mais singulares carreiras do panorama cinematográfico mundial, seja ele contemporâneo ou não. De imediato, entramos no universo interior de duas mulheres, Janis (resplandecente Penélope Cruz, como só mesmo Almodóvar consegue filmar) e Ana (a revelação Milena Smith, a comprovar que a sua performance explosiva em "No Matarás" não fora um mero golpe de sorte), as duas conhecem-se no quarto de hospital onde vão dar à luz, nenhuma tem um companheiro à seu lado (a sombra dos homens e da sua ausência é também um tema fundamental do filme), levando-os a

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  Outras Estreias:

"Benedetta", de Paul Verhoeven

Quando pensávamos que Paul Verhoeven se tinha reformado definitivamente, o realizador holandês reapareceu... em França. O filme chamava-se "Ela", beneficiava de uma performance indescritivelmente brilhante de Isabelle Huppert e era um retrato bizarro e perturbante do nosso tecido social, contagiado por desconcertantes toques de humor. Não sabíamos, mas era o início de um novo capítulo na filmografia de Verhoeven, o seu período francófono. "Benedetta" é o prolongamento desse mesmo período, recuperando a temática de empoderamento feminino desse filme e substituindo a frieza que pautava "Ela" com um erotismo atordoante que não é estranho ao trabalho do holandês. Itália, final do século XVII. Desde muito nova que Benedetta Carlini (Virginie Efira) possui o dom de fazer milagres, e quando se muda para um convento em Pescia, na Toscana, isso tem um enorme impacto na comunidade. Entretanto, acolhe Bartolomea (Daphne Patakia), uma jovem que lhe implora abrigo e pr
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"THE CARD COUNTER: O JOGADOR", DE PAUL SCHRADER “Cada realizador só faz um filme na sua vida, e depois arranja diferentes maneiras de o refazer.” Quem o disse foi Jean Renoir (o mesmíssimo senhor que nos providenciou títulos como "A GRANDE ILUSÃO" ou "A REGRA DO JOGO" ) e, mesmo que possamos reconhecer que essa afirmação define melhor o arquétipo clássico do "autor" como "idealizado" pelos escribas da Cahiers du Cinéma, a verdade é que existem mesmo muitos realizadores que se identificariam com essa asserção, entre eles, Paul Schrader. Então, o que é "o filme de Paul Schrader"? Pois bem, é o conto de um homem solitário, obsessivo e alienado que, ao deixar o espaço contraditório de dor e conforto em que escolhe isolar-se, parte rumo a uma jornada infernal de impulsos autodestrutivos onde, após um ato catártico de violência, poderá alcançar a redenção. De "TAXI DRIVER" a "NO CORAÇÃO DA ESCURIDÃO" , passando
  "A NOITE PASSADA EM SOHO", DE EDGAR WRIGHT Em termos de comédia atual, poucos fazem um uso tão inteligente dos utensílios cinematográficos como Edgar Wright. Da maneira como transforma a montagem numa ferramenta para ilustrar os diálogos ("É o Fim do Mundo" inclui alguns dos melhores exemplos dessa prática) à aproximação constante de uma certa noção de musicalidade (pensemos no musical não-diegético que era "Baby Driver", onde  os movimentos rápidos, as derrapagens audaciosas, as curvas apertadas, as paragens bruscas, eram sempre ao som das notas, acordes, pausas e suspensões dos Jon Spencer Blues Explosion), o ritmo da ação é o mesmo do das canções que preenchem as extensas bandas-sonoras. No entanto, os seus filmes têm vindo a tornar-se mais "sérios" (à falta de um termo mais adequado), ora secundarizando a comicidade frenética que julgávamos ser inerente ao trabalho de Wright, ora utilizando-a para pontuar a melancolia que as suas personagen
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