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A mostrar mensagens de novembro, 2021

"Benedetta", de Paul Verhoeven

Quando pensávamos que Paul Verhoeven se tinha reformado definitivamente, o realizador holandês reapareceu... em França. O filme chamava-se "Ela", beneficiava de uma performance indescritivelmente brilhante de Isabelle Huppert e era um retrato bizarro e perturbante do nosso tecido social, contagiado por desconcertantes toques de humor. Não sabíamos, mas era o início de um novo capítulo na filmografia de Verhoeven, o seu período francófono. "Benedetta" é o prolongamento desse mesmo período, recuperando a temática de empoderamento feminino desse filme e substituindo a frieza que pautava "Ela" com um erotismo atordoante que não é estranho ao trabalho do holandês. Itália, final do século XVII. Desde muito nova que Benedetta Carlini (Virginie Efira) possui o dom de fazer milagres, e quando se muda para um convento em Pescia, na Toscana, isso tem um enorme impacto na comunidade. Entretanto, acolhe Bartolomea (Daphne Patakia), uma jovem que lhe implora abrigo e pr
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"THE CARD COUNTER: O JOGADOR", DE PAUL SCHRADER “Cada realizador só faz um filme na sua vida, e depois arranja diferentes maneiras de o refazer.” Quem o disse foi Jean Renoir (o mesmíssimo senhor que nos providenciou títulos como "A GRANDE ILUSÃO" ou "A REGRA DO JOGO" ) e, mesmo que possamos reconhecer que essa afirmação define melhor o arquétipo clássico do "autor" como "idealizado" pelos escribas da Cahiers du Cinéma, a verdade é que existem mesmo muitos realizadores que se identificariam com essa asserção, entre eles, Paul Schrader. Então, o que é "o filme de Paul Schrader"? Pois bem, é o conto de um homem solitário, obsessivo e alienado que, ao deixar o espaço contraditório de dor e conforto em que escolhe isolar-se, parte rumo a uma jornada infernal de impulsos autodestrutivos onde, após um ato catártico de violência, poderá alcançar a redenção. De "TAXI DRIVER" a "NO CORAÇÃO DA ESCURIDÃO" , passando
  "A NOITE PASSADA EM SOHO", DE EDGAR WRIGHT Em termos de comédia atual, poucos fazem um uso tão inteligente dos utensílios cinematográficos como Edgar Wright. Da maneira como transforma a montagem numa ferramenta para ilustrar os diálogos ("É o Fim do Mundo" inclui alguns dos melhores exemplos dessa prática) à aproximação constante de uma certa noção de musicalidade (pensemos no musical não-diegético que era "Baby Driver", onde  os movimentos rápidos, as derrapagens audaciosas, as curvas apertadas, as paragens bruscas, eram sempre ao som das notas, acordes, pausas e suspensões dos Jon Spencer Blues Explosion), o ritmo da ação é o mesmo do das canções que preenchem as extensas bandas-sonoras. No entanto, os seus filmes têm vindo a tornar-se mais "sérios" (à falta de um termo mais adequado), ora secundarizando a comicidade frenética que julgávamos ser inerente ao trabalho de Wright, ora utilizando-a para pontuar a melancolia que as suas personagen
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