Quando pensávamos que Paul Verhoeven se tinha reformado definitivamente, o realizador holandês reapareceu... em França. O filme chamava-se "Ela", beneficiava de uma performance indescritivelmente brilhante de Isabelle Huppert e era um retrato bizarro e perturbante do nosso tecido social, contagiado por desconcertantes toques de humor. Não sabíamos, mas era o início de um novo capítulo na filmografia de Verhoeven, o seu período francófono. "Benedetta" é o prolongamento desse mesmo período, recuperando a temática de empoderamento feminino desse filme e substituindo a frieza que pautava "Ela" com um erotismo atordoante que não é estranho ao trabalho do holandês. Itália, final do século XVII. Desde muito nova que Benedetta Carlini (Virginie Efira) possui o dom de fazer milagres, e quando se muda para um convento em Pescia, na Toscana, isso tem um enorme impacto na comunidade. Entretanto, acolhe Bartolomea (Daphne Patakia), uma jovem que lhe implora abrigo e pr