Crítica: "O Estrangeiro" ("The Foreigner"), de Martin Campbell
Quan é um homem humilde. Dono de um restaurante num
bairro chinês, numa zona central da Londres contemporânea. Uma vida
aparentemente normal, portanto. No entanto, quando a filha é assassinada, num
atentado assinado por bombistas, que se assumem como um regresso aos tempos do
IRA, um passado sombrio, marcado por tragédias pessoais e treinos militares,
volta à tona. De forma algo esquemática, assim podemos descrever a premissa da
mais recente longa-metragem do britânico Martin Campbell (autor do melhor James
Bond, “Casino Royale”), na qual deparamos com uma belíssima subversão dos
habituais clichés dos heróis lacónicos envelhecidos (em anos recentes, o
subgénero tem crescido compulsivamente, como bem saberemos). É que, “O
Estrangeiro” não é só mais um filme de vingança corriqueiro, mas sim uma experiência
implacavelmente intensa, alternando entre os corredores labirínticos do poder
(personificados pela personagem de Brosnan) e as ruas sujas e bosques negros
(onde a sombra de Chan se vai ocultando), com uma atmosfera de constante
mistério e suspense, que prende do início ao fim e, é perfeitamente ancorada
nas composições admiráveis de dois atores, nos melhores momentos das suas
respetivas carreiras. Um acontecimento surpreendente e, uma das mais
recomendáveis estreias deste Outono.
Realização: Martin Campbell
Argumento:
David Marconi
Elenco: Jackie Chan, Pierce Brosnan, Rory Fleck Byrne
Género: Thriller
Duração: 114 minutos
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