Crítica: "Cornos", de Alexandre Aja
Título Original: "Horns"
Realização: Alexandre Aja
Argumento: Keith Bunin
Género: Drama, Fantasia, Thriller
Duração: 120 minutos
Título Original: "Horns"
Realização: Alexandre Aja
Argumento: Keith Bunin
Género: Drama, Fantasia, Thriller
Duração: 120 minutos
Há uns tempos atrás Alan Jones, crítico da revista britânica Total Film escreveu um artigo sobre um grupo de realizadores que emergiram na arena indie desde 2002, e desde aí têm vindo a criar uma carreira sólida à base de obras de horror, que se caracterizam pelos seus baixos orçamentos e elevadíssimos níveis de violência, foram denominados como sendo o "Splat Pack", do qual faziam parte Darren Lynn Bousman, Neil Marshall, Greg McLean, Eli Roth, James Wan, Leigh Whannell, Rob Zombie e Alexandre Aja. E é precisamente sobre Aja e o seu trabalho que nos debruçamos agora, com o cineasta francês, a seguir aos seus clássicos de culto "Alta Tensão", "Terror Nas Montanhas", "Espelhos" e "Piranha 3D", com aquele que é o seu projeto mais ambicioso e adulto até à data, falo obviamente deste "Cornos" adaptado do bestseller de Joe Hill (filho de Stephen King) do mesmo nome, combinando aqui os típicos apontamentos de humor negro, de constante eficácia, que se têm feito notar ao longo de toda a sua obra, e a sua predilecção pela violência gráfica com elementos de film noir, que culminam numa história de amor trágica, que tem tanto de perverso como de comovente (e sim "Cornos" é, apesar de tudo um filme romântico). O resultado? Uma obra absolutamente deliciosa repleta de twists, belos diálogos, e interpretações de primeira água, em especial as de Daniel Radcliffe a mostrar-se capaz de oferecer uma intensidade emocional tremenda a uma personagem fascinante, e Juno Temple que oferece à sua Merrin uma qualidade etérea, sendo que juntos apresentam uma química inegável, e no meio da sociedade retorcida em que habitam acabam por se tornar, de forma inesperada, como que um casal de anjos que se apaixonam num local habitado unicamente por demónios. E problemas há? Bom, talvez algumas personagens secundárias pudessem ter sido alvo de um desenvolvimento mais significativo, embora isso seja facilmente desculpável, especialmente tendo em conta que estamos perante um objeto tão único, tão singular e inteligente (existe por aqui muito comentário social, para quem queira um pouco mais em que pensar), como é este "Cornos", é certo que não será, de maneira nenhuma um filme para todos os gostos, mas para aqueles que querem explorar algo diferente, têm aqui uma oportunidade imperdível.
Miguel Anjos
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