Crítica: "A Vida de um Génio" ("Rebel In The Rye"), de Danny Strong
Comecemos por mencionar o óbvio.
Kevin Spacey nunca mais será olhado como antes. E, “A Vida de um Génio” consta
entre os mais entediantes e genéricos títulos nacionais dos últimos anos. Posto
isto, nem os comportamentos questionáveis de um ator, nem uma nomenclatura
infeliz, constituem razões para ignorar um bom filme e, algures por baixo
dessas pequenas problemáticas é mesmo isso, que encontramos aqui. Colocado de
forma manifestamente simplista, esta estreia na realização do argumentista
Strong é um caso de exemplar de cinema adulto, arrumadinho e extremamente bem
atuado, como não recebemos todos os dias. Um retrato afetuoso e ocasionalmente
comovente de um dos maiores romancistas de todo o sempre, J.D. Salinger,
pensado e executado por um fã confesso, que acompanha a sua odisseia, começando
como um adolescente ambicioso numa Nova Iorque intelectual e, culminando no
homem que se tornou num mito, escolhendo uma vida de exilio, que o impedisse de
lidar com a imensa mágoa de um passado demasiado melancólico. É uma história
extraordinária, que Strong encena com um toque de subtil intimismo e, Hoult
personifica com notável brilhantismo e, se as previamente referidas acusações
mancharam inevitavelmente a imagem pública de Spacey, não haverá como negar a
classe, que ainda é capaz de trazer a um papel como este. Servirá tudo isto,
para dizer que “A Vida de um Génio” pode não vir reinventar o meio
cinematográfico, mas não é com muita frequência que recebemos uma biografia assim
tão eloquente.
Realização:
Danny Strong
Argumento:
Danny Strong
Elenco:
Nicholas Hoult, Kevin Spacey, Sarah Paulson, Zoey Deutch, Lucy Boynton
Género:
Drama
Duração:
106 minutos
Comentários
Enviar um comentário