Crítica: "Ele Vem à Noite" ("It Comes At Night"), de Trey Edward Shults
Queremos
acreditar que a nossa mente é um lugar seguro. Que as nossas atitudes
corresponderão sempre às de humanos civilizados, incapazes de cometer atos que
normalmente associamos unicamente a animais irracionais, devido à brutalidade
que acarretam. No entanto, com “Ele Vem à Noite”, Trey Edward Shults resolveu
questionar esses pensamentos esperançosos. Aqui, tudo acontece na casa de uma
família tipicamente americana, nos confins de uma floresta. Lá fora,
encontramos o apocalipse. E, neste cenário francamente inóspito, a paranóia e o
medo parecem nunca se dissipar… Está montada a estrutura de um melodrama
familiar, com um toque do mais profundo horror, onde nunca nos pregam sustos de
rompante (um infantilismo que, infelizmente, ainda surge em demasiadas
produções). Ao invés, Shults joga com os mais clássicos elementos do cinema: a
escuridão, os frequentes e longos silêncios, o clima de desgraça eminente e,
claro está, os rostos dos atores. Pode não parecer muito, mas, daí resulta um
inclassificável e engenhoso pequeno filme (tanto a nível do orçamento, como da
sua económica duração) sobre o quão horríveis podem ser os seres humanos,
quando colocados em situações extremas, que subverte todas e quaisquer
expectativas que possamos trazer connosco.
Realização: Trey Edward Shults
Argumento: Trey Edward Shults
Género: Drama, Terror
Duração: 91 minutos
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