Crítica: "Krampus: O Lado Negro do Natal", de Michael Dougherty
Título Original: "Krampus"
Realizador: Michael Dougherty
Argumento: Todd Casey, Michael Dougherty, Zach Shields
Elenco: Adam Scott, Toni Collette, David Koechner, Allison Tolman, Conchata Ferrell, Emjay Anthony, Stefania LaVie Owen, Krista Stadler
Género: Comédia, Terror
Duração: 98 minutos
País: EUA
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 03/12/2015
Classificação Etária: M/12
Facebook Oficial | Site Oficial | IMDB
Título Original: "Krampus"
Realizador: Michael Dougherty
Argumento: Todd Casey, Michael Dougherty, Zach Shields
Elenco: Adam Scott, Toni Collette, David Koechner, Allison Tolman, Conchata Ferrell, Emjay Anthony, Stefania LaVie Owen, Krista Stadler
Género: Comédia, Terror
Duração: 98 minutos
País: EUA
Ano: 2015
Data De Estreia (Portugal): 03/12/2015
Classificação Etária: M/12
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No final de 2014, fomos apanhados de surpresa por "Cornos", de Alexandre Aja (cineasta de culto, cuja carreira tem estado, maioritariamente, associada a fitas perversas e doentias) uma belíssima fábula sobre o amor, disfarçada de comédia de horror. Agora, mais de um ano depois, é o norte-americano Michael Dougherty (que, em 2007, assinou o muito aclamado "Trick 'r Treat") quem nos deixa de "boca aberta" com um filme milagre que se esconde por debaixo dos mantos de uma fita de género: "Krampus", uma sátira ácida a forma como o consumismo se apoderou daquela que, supostamente, deveria ser a "festa da família", que é, afinal, uma tocante meditação sobre a esperança. A história, essa, é bastante simples e, de certo modo, até universal: o jovem Max (o muitíssimo promissor Emjay Anthony) sente-se profundamente infeliz com o desenrolar da noite de Natal. A sua família, disfuncional, tem discussões constantes e o ambiente é tudo menos sereno. É então que, arrasado com o que vê acontecer à sua volta, acaba por despertar Krampus, uma força maligna que nada mais é do que o reverso da benevolente personagem do Pai Natal. A partir daí, Dougherty "diverte-se" a criar um ambiente de pavor constante, sempre pontuado por um sentido de humor negríssimo, porém o mais interessante é o drama que se constrói por entre sustos (há uma sequência em animação de uma beleza de cortar o fôlego), a criança desiludida com o seu presente que, por conseguinte, perde a esperança no futuro enquanto, que os adultos cínicos projetam a miséria das suas vidas vazias naqueles que os rodeiam, esse sim será o cenário arrepiante com que o filme de Dougherty assusta o seu espetador. E, no fim (depois de uma série de twists, devidamente macabros e engenhosos), a única coisa que o cineasta parece querer é passar uma mensagem de absoluta simplicidade, ou seja, por mais negras que as coisas pareçam, o mundo só pode mudar verdadeiramente enquanto os que nele habitam tiverem esperança. Delirante? Pérfido? Hilariante? Todos adjetivos dignos para descrever aquele que será, certamente, o maior acontecimento cinematográfico da quadra, mas se só me fosse possível utilizar uma palavra para caraterizar esta fábula seria "honesta".
Classificação: 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10
Texto de Miguel Anjos
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