Crítica

"Cantar!", de Garth Jennings, Christophe Lourdelet

Título Original: "Sing"
Realização: Garth Jennings, Christophe Lourdelet
Argumento: Garth Jennings
Elenco: Matthew McConaughey, Reese Whiterspoon, Seth McFarlane, Scarlett Johansson, John C. Reilly, Tori Kelly, Taron Egerton, Nick Kroll
Género: Animação, Comédia, Drama
Duração: 108 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/6
Data de Estreia (Portugal): 08/12/2016

Além do óbvio fator de entretenimento, as animações têm como característica intrínseca convidar-nos a refletir acerca de questões não raras vezes complexas das nossas próprias vidas através de um tecido lúdico e subtil, que tende a mascarar a natureza mais "negra" dos seus temas, tornando-as assim mais acessíveis a públicos de todas as idades. Até aqui tudo bem, porém estamos apenas no reino da teoria e, embora muitas tentem a verdade é que poucas fitas conseguem de facto essa proeza de construir uma história que agrade a crianças e adultos de igual forma. E, nesse contexto, "Cantar!" constitui um dos grandes acontecimentos do ano. Por um lado uma comédia imparável que ao longo de quase duas horas não para de arrancar gargalhadas ao seu espetador com momentos de humor para lá de inspirados, por outro um musical clássico sobre sonhos e frustrações que nos inspira e comove como pouquíssimos exemplares do género em anos recentes têm sido capazes. Nele, entramos num mundo de animais antropomorfizados em que um coala apaixonado pelas artes, mas completamente falido tenta salvar o teatro que o pai lhe deixou através de um ambicioso concurso de talentos musicais, que dá um prémio em dinheiro que este não pode pagar, mas espera conseguir com a receita da bilheteira. Com um irrepreensível elenco de vozes liderado por Matthew McConaughey e, um sentido de humor constante e infalível acompanhado por uma componente dramática humaníssima, "Cantar!" é uma das maiores surpresas do ano e, até ver a sua melhor animação.

9/10

Texto de Miguel Anjos

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