Crítica: "Moonlight", de Barry Jenkins
Título Original: "Moonlight"
Realização: Barry Jenkins
Argumento: Barry Jenkins
Elenco: Alex R. Hibbert, Ashton Sanders, Trevante Rhodes, Naomie Harris, Mahershala Ali
Género: Drama
Duração: 111 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 02/02/2017
Título Original: "Moonlight"
Realização: Barry Jenkins
Argumento: Barry Jenkins
Elenco: Alex R. Hibbert, Ashton Sanders, Trevante Rhodes, Naomie Harris, Mahershala Ali
Género: Drama
Duração: 111 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 02/02/2017
Barry Jenkins (conhecemos o seu cinema através do delicadamente romântico "Medicine For Melancholy", que tivemos a oportunidade e o privilégio de visionar no IndieLisboa no já distante ano de 2009) ouviu os ecos das suas próprias vivências numa peça fortemente autobiográfica, mas nunca produzida do dramaturgo Tarell Alvin McCraney (chamada "In Moonlight Black Boys Look Blue"), na qual se contava a odisseia íntima de um rapaz negro de Miami, que não se encaixa no mundo que o rodeia e se pergunta se existirá uma forma de escapar à categorização, de viver a vida que quer e, não aquela que os outros parecem achar devia ter. Nesse sentido, o cineasta constrói um daqueles raros filmes que se revela como sendo muito mais do que à partida julgaríamos, ou seja, o que começa por ser uma análise particularmente incisiva à vida numa comunidade afro-americana (onde o cinema norte-americano tão raramente entra de forma tão contundente), tendo como ponto de partida as mais íntimas convulsões do protagonista Chiron (aqui vivido por três brilhantes atores em diferentes fases da sua vida, são eles Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes), acaba por se tornar num conto universal acerca das muitos indivíduos que lutam diariamente por este mundo fora para que as suas personalidades sejam aceites, mesmo que o ambiente em seu torno façam questão de os repudiar por isso. E, como se isso não fosse já suficiente, Jenkins ainda aborda essas temáticas de uma forma que é puramente cinematográfica (trazendo à mente referências tão fascinantemente diversas como Spike Lee ou mesmo Wong Kar-Wai), envolvendo o espetador neste universo angustiante, mas perturbadoramente humano, atingindo uma subtil dimensão poética que comove e, nos corta o fôlego com o seu lirismo, beleza e honestidade. Monumento à empatia, que será dos melhores e mais prodigiosos títulos que veremos este ano.
10/10
Texto de Miguel Anjos
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