Crítica: "Fragmentado", de M. Night Shyamalan
Título Original: "Split"
Realizador: M. Night Shyamalan
Argumento: M. Night Shyamalan
Elenco: James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Betty Buckley
Género: Terror, Thriller
Duração: 117 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 02/02/2017
Título Original: "Split"
Realizador: M. Night Shyamalan
Argumento: M. Night Shyamalan
Elenco: James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Betty Buckley
Género: Terror, Thriller
Duração: 117 minutos
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/16
Data de Estreia (Portugal): 02/02/2017
Reencontramos o cinema incessantemente subversivo e fortemente cerebral de M. Night Shyamalan com um dos acontecimentos cinematográficos mais fascinantes do momento: "Fragmentado" ("Split"), uma experiência narrativa e estética (será importante relembrar que é também um esteta dotado, capaz de encenar sequências arriscadíssimas que muito poucos cineastas teriam ousadia para tentar, quanto mais concretizar), que nos consegue surpreender ao conjugar com particular eficácia duas influências mais ou menos clássicas que sempre marcaram a filmografia do autor, nomeadamente a sofisticação de Hitchcock e, o gosto primitivo pela fábula. Assim, a história de três raparigas adolescentes que certo dia são raptadas por um estranho com 23 personalidades (com uma possível 24ª prestes a nascer…), assume contornos de epopeia humana que leva o espetador numa misteriosa jornada intimista até um universo simbólico (note-se a forma como certos momentos em que a história volta atrás no tempo para nos revelar informações que são potencialmente insidiosas, tudo é retratado com um certo onirismo que contraria a violência dos eventos, ao mesmo tempo que os complementa estranha mas eficazmente) que serve como palco para um confronto espiritual entre o ser humano e os seus fantasmas. E, que um cineasta se demonstre capaz de arriscar e concretizar tamanha proposta já corresponderá ao tipo de feito que merece a nossa admiração, mas que o consiga com uma fita que se reinventa a si mesma quase constantemente, que mantêm um tom de tensão a espaços sufocante e, ainda convoca duas interpretações estonteantes (de James McAvoy e Anya Taylor-Joy), merece uma vénia e uma ovação.
9/10
Texto de Miguel Anjos
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