Crítica: "Miles Ahead", de Don Cheadle
Título Original: "Miles Ahead"
Realização: Don Cheadle
Argumento: Steven Baigelman, Don Cheadle
Elenco: Don Cheadle, Ewan McGregor, Emayatzy Corinealdi, Keith Stanfield
Género: Biografia, Drama, Música
Duração: 110 minutos
País: EUA
Ano: 2015
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/12
Data de Estreia (Portugal): 14/07/2016
Título Original: "Miles Ahead"
Realização: Don Cheadle
Argumento: Steven Baigelman, Don Cheadle
Elenco: Don Cheadle, Ewan McGregor, Emayatzy Corinealdi, Keith Stanfield
Género: Biografia, Drama, Música
Duração: 110 minutos
País: EUA
Ano: 2015
Distribuidor: NOS Audiovisuais
Classificação Etária: M/12
Data de Estreia (Portugal): 14/07/2016
Crítica: Uma coisa é certa e, é importante que fique registada: ninguém pode acusar Don Cheadle de não ser ambicioso. Afinal, na sua primeira longa-metragem enquanto cineasta (que, também protagoniza, co-produz e co-escreve), Cheadle propôs-se a evocar a figura mítica de Miles Davis, porém e, contrariamente, a muitos tarefeiros que por ai andam, esta sua fita consiste não numa biografia certinha e académica, mas sim numa viagem deveras eletrizante pela intimidade de uma lenda viva da música. Para tal, o realizador foi buscar inspiração aos cinco anos que o músico virtualmente desapareceu da vida pública. Assim, somos confrontados com um homem dilacerado, tanto pelas drogas que consumia como pelos fantasmas do passado, que insistiam em persegui-lo (não é por acaso que a história recua, regularmente, até aos anos 60 para relembrar o seu casamento atribulado com a sua "musa" Frances Taylor) e, felizmente, Cheadle teve a arte e o engenho de dar devido destaque a esse lado íntimo, dando-lhe prioridade mesmo acima da música, levando-nos, no processo, a ouvir a obra de Miles com um outro fascínio. Tendo isto dito e, apesar da inegável robustez da realização e argumento, aquilo que chama mais a atenção é mesmo a composição de Cheadle enquanto Miles Davis, de imediato, a melhor da sua carreira e, que não haja dúvidas, uma das mais impressionantes dos últimos anos. Desde a voz rouca até à forma como se move e age, Cheadle não interpreta Miles, ele é Miles e, só para ver esta atuação prodigiosa, já vale a pena o preço do bilhete.
Texto de Miguel Anjos
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