Crítica: "A Espera", de Piero Messina
Título Original: "L'attesa"
Realização: Piero Messina
Argumento: Giacomo Bendotti, Ilaria Macchia, Andrea Paolo Massara, Piero Messina
Elenco: Juliette Binoche, Lou de Laâge, Giorgio Colangeli
Género: Drama
Duração: 100 minutos
País: Itália | França
Ano: 2015
Distribuidor: Alambique
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 14/04/2016
Título Original: "L'attesa"
Realização: Piero Messina
Argumento: Giacomo Bendotti, Ilaria Macchia, Andrea Paolo Massara, Piero Messina
Elenco: Juliette Binoche, Lou de Laâge, Giorgio Colangeli
Género: Drama
Duração: 100 minutos
País: Itália | França
Ano: 2015
Distribuidor: Alambique
Classificação Etária: M/12
Data De Estreia (Portugal): 14/04/2016
Assistente de realização de Paolo Sorrentino em dois dos seus melhores filmes ("Este é o Meu Lugar" e "A Grande Beleza"), o jovem cineasta siciliano Piero Messina estreia-se como realizador de longas-metragens num filme que tem tanto de invulgar quanto de extraordinário: "A Espera", um filme belo, poético e fantasmagórico, assombrado pelos enigmas da morte. No centro da narrativa está Anna (uma irrepreensível Juliette Binoche), uma mulher solitária que passa os seus dias a vaguear pela enorme mansão onde vive. Tudo em seu torno é silencioso e triste. Aliás, não fosse o pouco contacto que mantém com o encarregado Pietro, viveria em reclusão total. Porém, a situação altera-se com o aparecimento de Jeanne (Lou de Laâge, absolutamente arrebatadora), a namorada do seu filho Giuseppe. Segundo ela, os dois combinaram encontrar-se ali para os festejos da Páscoa. Só que Giuseppe não está. Para onde foi ele? As suas coisas estão lá todas, no seu quarto. E Anna garante que ele voltará muito em breve... É um filme, ou melhor uma experiência angustiante e delicadamente comovente, encenada com uma mestria indiscutível pelo estreante Messina e brilhantemente atuada por um par de atrizes no seu auge que, na aridez do luto, iluminam esta obra imensa. Está aqui um exemplo de um cinema desconfortável, mas gratificante que nos dilacera de forma invisível e do qual saímos mais mortos que vivos. Na sua delicada fragilidade correrá risco de passar despercebido, mas que não haja dúvidas: está aqui uma das propostas mais desafiantes dos últimos tempos.
Texto de Miguel Anjos
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